Após ataques de Demóstenes, delegado diz que não vai trocar ofensas com advogados e lembra que Sérgio de Moraes é reincidente

Titular da DICT, Manoel Vanderic, no entanto, respondeu a cada um dos questionamentos feitos pelo ex-senador sobre a condução do caso

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Manoel Vanderic é delegado em Anápolis. (Foto: Rafaella Soares)

Principal advogado de defesa de Sérgio de Moraes, que matou Wilkinson Leles do Nascimento, de 38 anos, em um acidente de trânsito no último domingo (09), em Anápolis, o ex-senador Demóstenes Torres concedeu uma entrevista para questionar o andamento da investigação do caso.

É que o defensor, ao invés de procurar a Delegacia de Trânsito, responsável pela investigação do caso, esteve com o cliente na Central de Flagrantes da Polícia Civil durante a madrugada de quarta-feira (12), quatro dias depois do óbito do motociclista.  Após prestar depoimento, Sérgio saiu pela porta da frente mesmo tendo um mandado de prisão em aberto. O documento estava em segredo de Justiça, podendo ser acessado apenas pelas partes envolvidas no caso.

Ao O Popular, Demóstenes sugeriu que o delegado responsável pelo caso, Manoel Vanderic, teria escondido o mandado para “impossibilitar o trabalho de colegas”, questionou o fato da prisão ter sido concedida sob sigilo e alegou que o investigador queria fazer pessoalmente a detenção “para aparecer”.

O ex-senador também acusou Vanderic de querer “forçar” o homicídio doloso, quando se assume o risco de matar,  apenas para “gerar comoção”. Demóstenes disse ainda que pretende processar o delegado por ‘abuso de poder’.

O Portal 6 procurou Manoel Vanderic para comentar os ataques de Demóstenes Torres. À reportagem, ele afirmou que não vai trocar ofensas com advogados para não levar a discussão de uma investigação para o lado pessoal. O delegado, no entanto, respondeu a cada uma das acusações feitas sobre a condução do caso e lembrou que o autor do acidente já havia sido preso duas vezes em outras ocasiões por embriaguez.

Mandado em segredo de Justiça

“O sigilo do mandado foi autorizado pelo Judiciário, que poderia ter lançado no banco de dados. Eles (Judiciário) têm essa competência, e não fizeram. O indiciado é advogado, tem acesso a tudo e essa praxe de manter sigilo é protocolo na polícia, no primeiro momento, até tentar cumprir tudo. Se não, é o mesmo que avisar para ele esperar na porta que estamos indo buscar. Isso é praxe. Não houve irregularidade porque é protocolo”.

Apresentação na Central de Flagrantes pela madrugada ao invés da DICT

“Sobre a apresentação de madrugada na Central de Flagrantes, o Ministério Público (MP) acompanha esse caso e vai pedir explicações de Corregedoria, porque não é normal. O que foi anormal foi essa apresentação de madrugada na Central. O MP vai questionar em sindicância, corregedoria, tudo, porque essa apresentação não é normal. No dia sim, aconteceu o acidente, vai lá apresentar na delegacia aberta. Mas que pressa é essa de apresentar quatro dias depois? E o inquérito é direito do advogado consultar, não precisa me pedir. Um advogado do indiciado, inclusive, veio na delegacia e tirou cópia de tudo. É direito dele. Ele pode acompanhar na hora que quiser e bem entender.”

“Vontade de aparecer” e “homicídio doloso para gerar comoção”

“Uma das alegações é que o delegado quer aparecer e levantar bandeira, mas isso não é bandeira. Teve manobra irregular e tem sinal de embriaguez. Eu acho que é uma ofensa às famílias enlutadas falar que isso não é doloso, além do fato que o indiciado já tem vida regressa por duas prisões de embriaguez.”

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