Mães de possível troca de bebês em Aparecida de Goiânia estão sofrendo e advogados apontam erros

Fim da angústia pode estar próximo, com laboratório entregando exame de DNA que ambas famílias escolheram para fazer novo teste

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Hospital São Silvestre, em Aparecida de Goiânia. (Foto: Reprodução/Facebook)

Faltando poucos dias para uma solução clínica para o caso dos meninos que foram trocados no Hospital São Silvestre, em Aparecida de Goiânia, uma nova polêmica surgiu.

O Portal 6 conversou com o advogado Eduardo Costa, representante de uma das mães, Jussiara Maria da Silva. Ele afirmou que o hospital teria alegado inicialmente que a troca pode ter acontecido durante o teste do pezinho.

“Mas desde o primeiro contato, as crianças se mantiveram com as mães. O bebê chegou no quarto com uma pulseira azul e teria voltado com uma pulseira diferente, com o nome da minha cliente, mas era o mesmo menino. Se for constatado de fato a troca, ela aconteceu logo no início.”

Juciara compartilha da versão do advogado e complementa: “me informaram [ainda no hospital] que poderia ter sido uma troca de pulseira no teste do pezinho. Mas não existiu a troca, a pulseira não tem como cair, só sai se for cortada”.

Além disso, Eduardo questionou a transparência do hospital quanto ao caso. “O Hospital fez o aviso apenas verbalmente, não mostraram o exame de DNA [que teria indicado a troca dos bebês].”

“A gente só acessou o documento na Delegacia [de Proteção a Criança e do Adolescente (DPCA)], mas o laboratório onde foram feitos os testes não foi identificado. Parece até clandestino”, argumentou.

Para o novo exame de DNA, realizados no dia 29 de janeiro, as famílias escolheram um laboratório em comum acordo, próximo ao Buriti Shopping, em Aparecida de Goiânia.

Nesse meio tempo, ambos os advogados que defendem as famílias ainda esperam o resultado dos exames e das investigações para decidir quais serão os próximos passos a seguir.

“O que nós já sabemos é que houve um crime. Agora, quem cometeu e qual crime foi esse, é o que estamos esperando do inquérito da Polícia Civil”, disse Eduardo Costa.

Em nota, a advogada do Hospital São Silvestre, Luciana Azevedo, afirmou que a unidade de saúde reconhece que houve de fato uma “quebra de protocolo” e está realizando uma apuração interna.

Além disso, o centro médico se colocou à disposição das autoridades e das famílias para encontrar a melhor solução possível.

Contudo, o posicionamento oficial não cita questões relacionadas à credibilidade do exame de DNA ou ao momento da troca dos recém-nascidos.

Dano Emocional

Juciara disse ao Portal 6 que passa por um momento muito doloroso junto à família, composta por outros três filhos.

” Nunca imaginei passar por isso. Eu tenho outros três meninos, e terei que explicar para eles de fato o que aconteceu, quem é o irmãozinho deles.

“A gente já tem amor demais por ele, todo mundo já está apegado. [Mesmo se tiver que devolver para a outra mãe] Nós não vamos deixar de amá-lo por causa disso”, complementou.

O advogado Estêvão Ferreira, que defende a outra vítima, Viviane Alcântara Dias, apontou que a cliente está muito abalada, sem sair de casa enquanto espera o resultado sair.

“Essa é uma situação muito chata, constrangedora e desgastante. Para uma mãe, é um absurdo, ficar com um filho sem saber se é realmente o dela”, pontuou.

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