Apesar de ganhar suspiro em 2021, ano eleitoral pode ser mais um desafio para o setor do turismo em Goiás

Cidades como Goiânia, Trindade e região do Araguaia estão entre as mais vulneráveis

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Rua do Lazer, em Pirenópolis. (Foto: Reprodução)

Um dos setores que mais sofreu com a pandemia de Covid-19, o turismo em Goiás cresceu 34% em 2021, em comparação com o ano anterior. Contudo, o segmento ainda enfrenta muita instabilidade na retomada das atividades.

Ao Portal 6, Fabrício Amaral, presidente da Goiás Turismo, destacou que a chegada da variante Ômicron e a subsequente necessidade de novas medidas restritivas gerou um ambiente de insegurança nas empresas do ramo.

“Elas não estão conseguindo ficar de pé, o que acaba causando um grande prejuízo também para o município. Nós estamos na expectativa por uma estabilização para tentar um voo mais ousado”.

“Do planejamento do poder público, o que podemos fazer é incentivar o turismo local, focar na regionalização. O que vem dando certo em cidades turísticas mais consagradas, como Pirenópolis, Goiás e Caldas Novas”, complementou.

A proposta da agência estatal pode ter surtido algum efeito, visto que a receita de Goiás no ano de 2021 foi 40,5% maior do que o ano anterior, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).

Além disso, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), coletados pelo Observatório da Goiás Turismo, houve também um crescimento no número de empregos.

Em 2019, eram 61.377 contratos vinculados ao segmento e no ano seguinte, esse total caiu para 51.412. Já em agosto de 2021, Goiás empregava 66.783 pessoas no Turismo, puxado pelos serviços de alimentação (36,2 mil).

Contudo, ele destacou que negócios da região do Araguaia (turismo ambiental) e até mesmo centros urbanos como Goiânia (eventos coorporativos) e Trindade (turismo religioso) estão sofrendo mais para retomar a movimentação.

Perspectiva para 2022

Embora o Turismo passe por um momento delicado, Fabrício Amaral enxerga um crescimento a curto prazo no setor, mesmo com a desaceleração provocada pela chegada da variante omicrôn.

“Se houver tranquilidade nas taxas de ocupações dos hospitais e a população vacinada, o turismo vai ter um retorno muito rápido”, afirmou.

Apesar da visão otimista, o presidente da Goiás Turismo ponderou sobre as dificuldades para investir no setor em 2022, que é ano eleitoral, especialmente no segundo semestre.

“A capacidade de investimento praticamente zera [durante o período eleitoral], não podemos conveniar com os municípios, por exemplo”.

“Com as vedações, perdemos um pouco de “fôlego” para ajudar o turismo. Mas isso faz parte do processo eleitoral, é algo que é necessário”, salientou.

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