Por que o asfalto de Goiânia é tão ruim?

Portal 6 conversou com Seinfra e especialista para entender o que acontece na capital goiana e o que pode melhorar a qualidade das vias

Augusto Araújo Augusto Araújo -
O jovem expressou sua frustração com o estado das ruas, repletas de buracos. (Foto: Reprodução).

Não é novidade para ninguém que transita pelas ruas que o asfalto em Goiânia é ruim. Enfrentando constantemente os buracos, trincas e afundamentos nas vias, os motoristas não possuem vida fácil na capital.

Para entender o motivo dessa fragilidade do pavimento goianiense, o Portal 6 conversou com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra).

A pasta destacou que o tipo utilizado de pavimento asfáltico é o CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente), “que comprovadamente é o melhor padrão utilizado conceituadamente em todo o mundo, sendo inclusive o mais caro para esta finalidade”.

Contudo, a secretaria ressaltou que a água é um fator agressivo ao asfalto goianiense, visto que separa o Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP), presente no CBUQ, dos outros elementos, o que gera a fragmentação.

“No período chuvoso, o pavimento mais utilizado e antigo sofre maiores consequências. Isso permite que haja pequenas desagregações, que ocasionam os buracos”, explicou.

Além disso, a Seinfra afirmou que período médio de durabilidade da capa asfáltica é entre 10 e 15 anos, depende do peso e quantidade de veículos que trafegam pela via.

“Normalmente uma rua mais movimentada, com intenso fluxo de veículos, principalmente os pesados como ônibus e caminhões”, exemplificou.

A secretaria também informou atua diariamente nas ruas de Goiânia, com 100 servidores em média, para realizar a manutenção asfáltica. Ela também afirma que mais de 140 mil buracos foram tapados em 2021.

Mudança de cenário

Para evitar que sejam necessários o fechamento de mais de 11 mil buracos por mês, a professora da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (EECA/UFG), Lilian Ribeiro de Rezende, explicou ao Portal 6 que existem diferentes formas para mudar a realidade atual pela qual a capital passa.

“O poder público pode investir em tecnologias mais modernas para projetar, executar e fiscalizar as obras de pavimentação, bem como em sistemas de gerenciamento (…) para planejar as atividades de manutenção antes que os problemas apresentem elevado nível de severidade”.

Ela destacou que, se os problemas no asfalto fossem resolvidos assim que surgem, haveria muitos benefícios, até mesmo para o poder público.

Por exemplo, selar as trincas antes que elas virem um buraco vai ser mais barato, mais rápido e mais eficiente do que esperar os defeitos evoluírem”, disse.

“Por isso é importante fazer esse planejamento dos serviços de manutenção, para que eles sejam executados antes do período chuvoso, evitando o agravamento da situação”, complementou.

Lilian pontuou também que o “tapa buraco” é um serviço que pode ser utilizado de forma emergencial, quando o período chuvoso impede que sejam feitas operações mais adequadas, ” mas não pode ser considerado como solução técnica definitiva”.

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