“Toda vez que tem lei que é para melhorar o salário dos professores, cria-se essa dificuldade toda”, diz Bia de Lima

Presidente do Sintego fala sobre levantamento com municípios que não indicaram o pagamento do reajuste aprovado pelo Governo Federal e diz como está sendo a negociação com a Prefeitura de Goiânia

Augusto Sobrinho Augusto Sobrinho -
Bia de Lima é presidente do Sintego. (Foto: Divulgação)

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) deve terminar neste sábado (12) a força-tarefa com as regionais para saber quais prefeituras estão ou já se comprometeram a pagar o novo piso aos professores.

Durante à noite desta sexta-feira (11), entre uma e outra reunião, a presidente do Sintego, Bia de Lima, falou com o Portal 6 sobre essa guerra com os governos para garantir aquilo que a categoria julga ser o mínimo: os 33,24% de reajuste para o magistério aprovado pelo Governo Federal.

Em Goiânia, onde os professores já anunciaram até greve, prevista para começar no próximo dia 15, a Secretaria Municipal de Educação (SME) ofereceu menos de 10% e alega ter devolvido direitos (como o quinquênio) para convencer os profissionais a não cruzar os braços.

Portal 6 – Por que que o Sintego acredita que a proposta de 7,5% aos professores e de 9,3% para os administrativos é tão injusto ao ponto de iniciar uma greve?

Bia de Lima – Existe uma Lei Federal nº 9.738 que define que, todo início de ano, o Ministério da Educação (MEC) deve anunciar o percentual de reajuste. Neste ano foi 33,24% e, no ano passado, foi zerado. Agora, as prefeituras estão alegando que isso vai ficar oneroso demais. Porém, não contam para a sociedade que o custo-aluno já foi reajustado em 2021 com esse mesmo percentual. Então, dizer que não tem dinheiro não procede. Não estamos reivindicando o Índice de Preços ao Consumidor (INPC), pedimos o piso, pois não temos outra data base. Nossa data base é o momento de anúncio do piso.

Como está a situação da categoria no estado e por que estão tendo essa dificuldade toda em Goiânia?

O estado anunciou 10,16% quando, na verdade, deveria estar pagando os 33,24%. Isso é uma lei, deveria estar sendo cumprida. Mas toda vez que tem lei que é para melhorar o salário dos professores, cria-se essa dificuldade toda e tudo quanto é argumento para contrapor e não respeitar a educação. Já no momento de cumprir lei que é de interesse do município, toda a categoria é obrigada a seguir.

Além da Prefeitura de Goiânia, que outro município goiano está resistindo a pagar os 33,24%?

Isso é no país inteiro, mas, graças a Deus, por causa da luta do Sintego, nós já tivemos entorno de 40% das prefeituras que vão pagar o piso. Estamos, nesse momento, em reunião para realizar esse levantamento.

Como é a negociação com o Rogério Cruz? É mais difícil negociar com ele?

Nós tivemos uma reunião com Rogério Cruz, ele é respeitoso e o Sintego também é respeitoso. Nós temos um diálogo tranquilo, mas isso não significa que ele atenda ao nosso pedido e, por isso, estamos insistindo. Se de tudo, até terça-feira (15), não tiver uma proposta, não teremos outro caminho a não ser a greve.

Quando será a próxima reunião com o Executivo?

Estamos buscando reunir na segunda-feira (14) para na terça a gente ter uma nova proposta para ser apreciada.

Se a prefeitura aumentar a proposta, mesmo não chegando aos 33%, evitaria a greve?

Não existe isso. Existe um percentual anunciado e nós vamos buscar atingir esse percentual. Agora, cabe ao Executivo apresentar as proposta.

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