Estelionatária que se passava por Gracinha Caiado é boa de lábia e fez pedido inusitado

Mulher, que não se parece fisicamente com a primeira dama, praticava os golpes usando apenas o telefone

Pedro Hara Pedro Hara -
Investigação teve início quando um fazendeiro suspeitou estar sendo vítima de golpe. (Foto: Pedro Hara/Portal 6)

Na manhã desta quinta-feira (07), a Polícia Civil (PC) deu mais detalhes sobre a prisão preventiva de uma mulher de 51 anos, que aplicava golpes em fazendeiros de Goiás e do Mato Grosso, ao fingir ser a primeira dama Gracinha Caiado.

A mulher foi presa na terça-feira (05), em Catanduva, no estado de São Paulo. O golpe era praticado há cerca de sete anos. Durante a busca no imóvel da suspeita, a PC localizou incontáveis listas com nomes de vítimas.

Mulher foi presa em São Paulo. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Responsável pelo caso, Sayonara Lemgruber contou que a investigação teve início quando um fazendeiro de Nova Crixás suspeitou que estava sendo enganado pela farsante.

“Um fazendeiro do município de Nova Crixás foi até à delegacia e conversou comigo, pois acreditava estar sendo vítima dessa fraude. Ele estava sendo abordado pelo telefone por uma senhora que se passava pela primeira dama”.

Se passando por Gracinha, a criminosa vendia um suplemento animal chamado “Ourophos” por um valor exorbitante e dizia que o dinheiro seria destinado à caridade.

“Ela fazia ligações telefônicas oferecendo suplementos animais por um preço muito superior ao de mercado. O balde de 10 kg custa R$ 600 e ela oferecia por R$ 2.400. A venda era fechada pois os fazendeiros eram informados de que todo o dinheiro arrecadado com as negociações seria revertido para supostos projetos sociais da primeira dama”.

As vítimas eram abordadas apenas pelo telefone e os números dos fazendeiros eram obtidos por uma lista comprada em uma cidade no interior de São Paulo.

“Ela comprou algumas listas por R$ 900 e esta lista tinha cerca de três mil fazendeiros do estado que ela escolhia. Ela afirmou que gostava muito de Goiás e Mato Grosso, mas preferia Goiás”.

Listas com nomes de fazendeiros foram encontradas pelos agentes da Polícia Civil. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

Apesar de não se parecer fisicamente com Gracinha Caiado, a delegada afirmou que as vítimas caiam na lábia da mulher, pois ela é muito boa de conversa.

“A conversa enganosa dela é tão boa, que ela é capaz de convencer qualquer um de nós. Ela é especializada em cometer fraudes e enganar pessoas”, contou a investigadora.

Ao ser ouvida pela PC, a estelionatária fez um pedido no mínimo inusitado. Ela queria de volta a lista que continha o nome dos fazendeiros do Mato Grosso, pois queria continuar aplicando o golpe.

“Já que estou presa por Goiás, quero que se possível vocês devolvam a lista com o nome dos fazendeiros do Mato Grosso, pois agora só vou praticar crimes no Mato Grosso. Isso demonstra que ela não deseja parar, ela falou que não tem outra forma de viver, a não ser praticando golpes”, alertou a delegada.

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