“Estou decepcionada”, diz bancária sobre caso de racismo em Anápolis que nunca teve andamento na Justiça

Caso mobilizou toda a cidade na época, mas todas as audiências marcadas para resolver a situação tiveram de ser canceladas

Lucas Tavares Lucas Tavares -
Idete foi flagrada em vídeo falando da cor de Raphaella. (Foto: Captura)

O caso de racismo que envolveu a bancária Raphaella Ribeiro, de 24 anos, verbalmente agredida por Idete Sgorla Fagundes, de 63 anos, em um estabelecimento comercial em Anápolis, segue sem definição.

O caso aconteceu no último dia 20 de novembro e, após a denúncia da jovem, a idosa foi até levada para o Centro de Inserção Social Monsenhor Luiz Ilc, a cadeia pública da cidade.

Horas depois, porém, foi liberada ao pagar uma fiança no valor de R$ 5 mil. No dia seguinte, tudo seguia normal no estabelecimento, com a própria idosa atendendo.

Ainda assim, ela deve responder por injúria racial e danos morais, por ter chamada Raphaella de “satanás” e falado que ela só era “assim” por conta da cor.

 

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Mesmo muito nervosa com a situação na ocasião, a jovem conseguiu filmar as ações que comprovam as falas racistas. Desde então, porém, a audiência já foi remarcada duas vezes.

Na primeira ocasião, Idete não chegou a ser intimada pela autoridades. Na segunda, o advogado da idosa não pôde comparecer. A próxima tentativa será no dia 19 de julho.

“Mesmo com a morosidade, espero que seja resolvido nessa próxima audiência. Espero que a Justiça analise os fatos e que ela arque com as consequências cabíveis pelos atos cometidos. Espero de verdade que não fique impune”, disse Raphaella ao Portal 6.

Ela afirma que nunca havia passado por nada parecido e que a situação acarretou em uma série de traumas e angústias.

Raphaella Ribeiro, 24 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

“Estou decepcionada. Só quem já passou por algo semelhante sabe o peso que é. Além disso a demora que tudo isso leva tem sido um desgaste gigantesco, pois sempre fico sabendo que a audiência será remarcada na semana do agendamento”, lamentou.

À época, centenas de anapolinos se revoltaram com a situação e o prédio comercial chegou a ser pichado com a frase “fogo nos racistas”, em referência a música “Olho de Tigre” do rapper Djonga.

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