Caminhoneiros de Goiás descartam greve após aumento do preço do diesel

Ao Portal 6, presidente do sindicato que representa profissionais autônomos pediu apoio da sociedade para pressionar o Governo Federal

Emilly Viana Emilly Viana -
Segmento também é crítico à redução de ICMS com compensação aos estados. (Foto: Tânia Rego / Agência Brasil)

Apesar do aumento de 14,26% no litro do diesel, anunciado pela Petrobras na última sexta-feira (17), os caminhoneiros de Goiás não irão aderir aos movimentos de protesto registrados em alguns estados nesta segunda-feira (20).

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac), Vantuir Rodrigues, mesmo sendo contra o aumento, a categoria local não vê resultado em paralisar isoladamente.

“Não temos condições mais de parar sozinhos. Se é para parar, tem que ser todo mundo. Os jornalistas, os médicos, os motoristas de aplicativo, já que o problema atinge a todos e só a sociedade conjunta pressionando é que vai resolver”, disse ao Portal 6.

Para ele, a solução para a redução do preço dos combustíveis está na retirada do imposto de importação do petróleo.

“Resolveria a situação rapidamente, pois é no PPI [preço de paridade de importação] que tem que mexer. Porém, o que a gente vê é que não vão tirar porque o tributo está beneficiando os acionistas da Petrobras”, afirma.

O presidente do Sinditac também é crítico ao Projeto de Lei Complementar nº 18/2022, que considera os combustíveis como itens essenciais e, dessa forma, fixa um limite para a alíquota do ICMS nestes produtos em 17%. Aprovada na última semana no Congresso, a proposta prevê que o Governo Federal compense os entes federativos e municipalistas pelas perdas nas receitas.

“Agora eles estão tentando tirar o ICMS dos governos estaduais e das prefeituras, que precisam dos valores. Só que, na realidade, vai dar na mesma porque quem vai acabar pagando pela compensação é o trabalhador”, analisa.

Relação estremecida

Segundo o representante dos caminhoneiros autônomos, a relação entre o segmento e o Governo Federal está estremecida. “Confiamos no atual Governo, que nos fez muitas promessas lá atrás. Porém, essa relação está cada vez mais distante e difícil, pois não vemos nada de concreto sendo realizado para resolver essa situação”, avalia.

Além dos sucessivos aumentos no preço do diesel, ele diz que os trabalhadores também foram prejudicados pela Medida Provisória (MP) que alterou uma regra para a elaboração da tabela de preço do piso mínimo de frete rodoviário de carga.

“A MP reduziu de 10% para 5% o percentual de variação no preço do diesel para a correção dos valores da tabela. Porém, esse controle de preços fere a livre iniciativa e aumenta custos”, reclama.

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