Após quatro meses, Evolução Transporte desiste do itinerário Anápolis-Goiânia

Empresa chegou a rodar no início do ano, mas não conseguiu continuar sem autorização para operar no sistema semiurbano

Emilly Viana Emilly Viana -
Empresa pediu autorização para realizar viagens por semiurbano, mas faltou documentos, segundo conselheiro. (Foto: Divulgação)

A empresa Evolução Transportes desistiu de ofertar viagens entre Anápolis e Goiânia. A última operação no trajeto foi realizada no início de junho.

O serviço chegou a ser lançado em fevereiro como transporte interestadual convencional. Porém, a intenção, desde o princípio, era migrar para o sistema semiurbano – que concede isenções para empresas que atuam em percursos entre cidades vizinhas.

Segundo o gerente administrativo e comercial da Evolução, Benedito Pinheiro, sem a medida, o custo para o realizar o itinerário é inviável. “A tarifa no convencional fica a R$ 21. O usuário, que geralmente é um trabalhador e faz o trajeto diariamente, vai escolher o semiurbano, que é mais barato mesmo com os recentes aumentos”, expõe.

Para entrar na categoria, a Evolução precisa de autorização da Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR). O presidente do órgão regulador, Marcelo Nunes, detalhou ao Portal 6 os benefícios econômicos do semiurbano.

“Ao conseguir a anuência, ela não teria que pagar taxas de embarque nos terminais rodoviários e seria isenta de repassar os 17% do ICMS”, cita.

Nunes afirma que o pedido da Evolução não foi adiante porque nem chegou a ser avaliado pelo conselho da AGR. “Sabemos que é uma questão importante para a sociedade e foram feitas cobranças da minha parte neste sentido. Porém, dependíamos da decisão da pessoa designada para a relatoria, que não colocou em pauta a autorização”, declara o presidente.

Relator do processo na Agência, o conselheiro Paulo Tiago Toledo alegou que não pautou o processo por problemas jurídicos.

“A requisição foi encaminhada para a procuradoria setorial, que relatou a falta de alguns documentos. Antes que fosse deliberado um novo prazo para a entrega, fui informado que a Evolução desistiu do processo”, diz o conselheiro.

A empresa questiona veementemente a versão. “Entregamos todos os documentos e íamos diariamente à AGR saber do processo, que sempre informava que não tinha sido pautado. Se faltou alguma coisa, por que não recebemos ofício relatando?”, rebate o gerente administrativo da Evolução.

Benedito Pinheiro diz que só entrou com o pedido de desistência porque começou a receber multas da AGR, já que não conseguia cumprir o cronograma de horários. “Com o processo parado, não dava para rodar ou manter a passagem no preço que competiria com a outra empresa no semiurbano”, justifica.

O representante da Evolução declara não saber o motivo para a demora na análise, mas acredita que ela beneficia um monopólio do serviço. “E o mais prejudicado é o usuário, que teria mais uma opção de viagem, e até melhor do que é oferecido hoje”, acrescenta Pinheiro.

Por outro lado, o relator Paulo Tiago Toleto nega ter sido pressionado para que a autorização não saísse. “Da minha parte ou do conselho, não [houve pressão]. Foi uma dificuldade jurídica mesmo”, conclui.

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