MP cita fardo pessoal e recomenda perdão judicial ao pai que matou próprio filho por acidente

Promotor considerou que processo se converteria em sofrimento psicológico

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Carta escrita pelo pai se desculpando por atirar no filho. (Foto: Reprodução/Polícia Civil)

O Ministério Público de Goiás (MPGO) recomendou que a Justiça dê perdão judicial ao pai de Eliseu Eugênio Kraemer, de 11 anos, que morreu com um tiro acidental, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal.

À frente do caso, o titular da 3ª Promotoria de Formosa, promotor de Justiça Douglas Chegury apontou que, apesar da falta de cuidado ao manusear a arma de fogo,  o pai terá que carregar um fardo pesado para o resto da vida.

O promotor destacou que um processo judicial iria apenas aumentar todo o sofrimento psicológico dele, relembrando-o da tragédia.

“O permanente sentimento da perda é mais que suficiente para a prevenção e reprovação do crime, sendo totalmente desnecessário infligir ao investigado, já estigmatizado, o sofrimento psicológico de ver sua tragédia pessoal rememorada e discutida no âmbito de um processo judicial”, afirmou.

O magistrado então reconheceu que a melhor solução para o caso seria um reconhecimento antecipado do perdão judicial. Diante disso, o promotor solicitou que o inquérito policial fosse arquivado.

Vale ressaltar que o perdão judicial é aplicado em casos de homicídio culposo, quando não há a real intenção de matar, levando em consideração a relação do autor e da vítima, assim como o sofrimento daquele que cometeu o crime.

O caso 

A morte acidental do garoto Eliseu Eugênio Kraemer, de 11 anos, ocorreu no dia 27 de maio na casa em que residia, em Formosa.

Segundo as investigações, o pai do menino possui autorização para o porte de armas por ser atirador esportivo e na da do ocorrido, o genitor recebia em casa um possível comprador para um revólver calibre 22 que ele estava vendendo.

No mesmo estojo que estava o revólver, havia também uma espingarda calibre 12, que se encontrava destravada e municiada.

Foi então que quando o genitor pegou arma que seria vendida, a outra atirou e atingiu a criança, que estava brincando nas proximidades.

O pai imediatamente pegou os filho nos braços e correu em desespero com ele até a mãe, que estava no banho. Em seguida, o homem foi para os fundos da residência e atirou nele mesmo.

Eliseu Eugênio não resistiu aos ferimentos, mas o genitor foi encaminhado para o Hospital Regional de Formosa e sobreviveu.

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