“Mudaram de casa por medo”, diz pai de adolescentes que descobriram câmera escondida no banheiro

Ele ainda alegou que o equipamento, utilizado pelo homem para monitorar a casa, era "coisa de profissional"

Samuel Leão Samuel Leão -
Equipamento havia sido instalado pelo empresário em outra oportunidade. (Foto: Divulgação/ PC)

Às pressas, pegando tudo que tinham e buscando um porto seguro. Foi assim que a família de Anápolis, vítima das câmeras escondidas e da invasão domiciliar praticada por Francismar Fernandes, deixou a casa que alugava dele.

“Saíram da casa de uma vez, pegaram as coisas e saíram correndo. Acabaram até quebrando uma televisão, na pressa de sair de lá o mais rápido possível. O medo é muito, foram atrás de alugar uma casa em um condomínio fechado, pelo medo”, revelou Helison Gomes, de 40 anos, pai da adolescente que flagrou o homem.

Em entrevista ao Portal 6, ele contou que na residência viviam duas adolescentes, uma de 16 anos, que se deparou com o homem no banheiro da casa durante uma manhã, e outra de 17 que, muito recentemente, completou 18 anos. Além delas, tinha ainda uma criança de 8 anos.

“No dia que elas mudaram, eu reparei que tinha um DVR, que é o sistema de câmeras, na suíte. Minha filha até relatou que, no dia que ele foi lá, pediu para ir ao banheiro e, depois da minha ex-esposa oferecer um dos banheiros, ele insistiu que queria ir no outro, onde depois descobrimos a câmera”, explicou.

Ainda segundo Helison, ao ocorrer o flagrante do homem invadindo o domicílio, a filha não soube o que fazer, e então ele foi chamado e verificou que se tratava realmente de uma câmera escondida no cômodo.

Em um primeiro momento, as moradoras não queriam alertar as autoridades.

“Coisa de especialista mesmo. Cortou um celular, colocou a câmera, ligou a bateria na energia, e tinha até uma luz vermelha acesa lá dentro. Decidi chamar a polícia, no caso nem queriam chamar, elas estavam com muito medo, falando que iam conversar com a mulher dele”, complementou.

Ele concluiu lembrando que o aluguel foi firmado com a esposa do suspeito, que era amiga da família, a qual ainda não foi citada na investigação. Depois da descoberta, o pai descreve com pesar a nova fase vivida pelas moradoras.

“Estão com muito medo, tem que trabalhar e ir para a escola, mas estão com medo. Mudou tudo na vida delas agora, com medo dele sair e ir atrás delas. O Conselho Tutelar agora está acompanhando”, finalizou.

O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), sendo chefiado pela delegada Aline Lopes. Em entrevista à reportagem, ela revelou que a corporação trabalha com a possibilidade do surgimento de novas vítimas, ainda nesta semana.

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