Anápolis ganha mais de 11 mil veículos em um ano e expansão rápida traz consequências

Média de carros por habitante da cidade é maior que a média nacional e cidade vai sentir o impacto, aponta analista

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Aumento do fluxo traz impactos para o trânsito de Anápolis. (Foto: Reprodução)

Uma volta pelas ruas de Anápolis indica o rápido crescimento da frota de veículos. Para se ter ideia, em um ano, o município ganhou mais de 11 mil veículos, de acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

O levantamento apontou que o número de automotores cresceu 3,89% na cidade. Em julho de 2021, o município tinha frota de 294.492. Neste ano, também em julho, eram 305.946.

De acordo com o diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes (CMTT), Igor Lino, em Anápolis, a média de veículos por pessoa é maior que a nacional.

“Nós temos praticamente 1.4 pessoa por veículo, enquanto a média nacional gira em torno de 4 pessoas por veículo”.

Os reflexos disso podem ser percebidos no volume “alto” de fluxo nas vias principais, o que acaba acarretando na lentidão do trânsito.

Chama atenção o crescimento do número de motos, na casa de 3,09%. Para o tecnólogo em Transportes Urbanos Alan Oliveira, a primeira implicação é em relação aos de acidentes de trânsito. No entanto, os impactos não param por aí.

“Um outro impacto pode ser visto no trânsito como um todo, na infraestrutura da cidade. Um ano atrás, a gente já vivia uma situação de trânsito com alguns pontos de complicação, de engarrafamento. Então, a cidade não está preparada para um aumento como esse”, apontou.

“Constantemente, a cidade precisa ser repensada em sua estrutura viária, sua sinalização, sua infraestrutura como um todo, para comportar a quantidade de veículos”, completou.

O especialista explica que, para além dos impactos na infraestrutura, a própria população acaba sendo afetada. Não só os pedestres, como também aqueles que precisam de transporte coletivo para se locomover.

“Um grande impacto pode ser visto para as pessoas que utilizam o transporte coletivo. Afinal, a conta é simples: quanto mais veículos, menos espaço nas ruas e menos espaço no trânsito. Então, isso acaba trazendo mais lentidão para os transportes públicos, pois eles precisam de um maior espaço”, afirmou.

Alan enfatizou que há ainda efeitos como a poluição do ar, sonora, assim como o espraiamento urbano, que colabora para que o trânsito fique cada vez mais engarrafado e leve congestionamento onde hoje não há.

Prefeitura de olho

Como uma maneira de tentar minimizar estes impactos, o diretor da CMTT, Igor Lino, aponta que é necessário pensar na cidade já com uma visão de futuro.

“Para que a gente minimize esses problemas, é preciso pensar a cidade para daqui cinco, 10, 15, 20 anos. Ou seja, analisando os dados passados, a gente está prevendo que ocorrerá um acréscimo x, então a gente precisa pensar a cidade para o futuro já prevendo esse aumento e pensando políticas públicas e legislação voltada para isso”, destacou.

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