Recorde na abertura de empresas traz novos desafios para empresários de Goiás

Agosto registra número histórico de mais de 3,1 mil novas empresas no estado

Emilly Viana Emilly Viana -
Equipamentos de trabalhadores da construção civil. (Foto: Agehab)

A abertura de empresas em Goiás surpreendeu em agosto. Com 3.164 novos CNPJ’s, segundo a Junta Comercial de Goiás (Juceg), o estado registrou o maior número de novos negócios em um único mês de toda a série histórica.

Do total de empresas abertas no mês anterior, 32% tem capital superior a R$ 500 mil. Os novos negócios foram iniciados principalmente em Goiânia (1.189), Anápolis (223), Aparecida de Goiânia (183) e Rio Verde (112).

Com o resultado, o empresariado goiano enfrentará novos desafios. É o que alerta o economista Marcio Dourado. “Movimentos econômicos como este geram empregos e emprego requer qualificação. Podemos ver déficits de trabalhadores nos próximos meses, justamente pela dificuldade de contratação”, afirma.

Ele cita como exemplo deste cenário a construção civil, um dos setores que puxou a alta no último mês. Foram 193 novos empreendimentos relativos à construção de edifícios. “Goiás é um estado que tem uma migração muito forte e essa demanda exige mais residências. O setor de construção deve esquentar bastante e, junto com isso, teremos alguns problemas no abastecimento de mão de obra”, analisa.

Ciente deste problema, as construtoras já estão se preparando para tentar atrair mais empregados. “Entre as estratégias, está não pedir experiência e sim oferecer o treinamento dentro da própria empresa. O que é uma vantagem para o trabalhador”, aponta.

Para os profissionais, o momento é de oportunidade. “Os goianos devem aproveitar essa onda, de projetos que estavam no papel e agora criaram essa enxurrada de novas empresas. Pode ser a hora mais propícia para realocação no mercado de trabalho”, indica.

Outros setores

Outros ramos também se destacaram na atração de novos negócios. Em primeiro lugar está o segmento de serviços combinados de escritório e apoio administrativo (326), seguido por promoção de vendas (216), comércio varejista de bebidas (214) e atividades de consultoria em gestão empresarial (200).

“No caso dos dois primeiros, acredito que se deva à tendência de ‘pejotização’ dos serviços. Em diversos ambientes empresariais, estamos vendo boa parte dos trabalhadores deixando de serem admitidos pelo regime CLT para, em vez disso, serem contratados como prestadores de serviços”, diz o economista.

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