Por que Márcio Corrêa ficou fora da Câmara dos Deputados mesmo tendo mais votos que outros eleitos
Resposta está na chamada regra do voto proporcional, que difere da eleição majoritária
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Candidato a deputado federal, Márcio Correa (MDB) somou 59.829 votos no último domingo (02). Apesar da votação expressiva, ele ficou de fora da relação de eleitos para a Câmara.
Em números absolutos, Márcio teve mais votos que os eleitos Jefferson Rodrigues (Republicanos), Ismael Alexandrino (PSD) e Lêda Borges (PSDB).
Ele foi o 16º mais votado no estado, sendo o 1º suplente do MDB na Câmara dos Deputados. Os eleitos do partido foram Célio Silveira, com 92.469 votos, e Marussa Boldrin, com 80.464.
Então por que, mesmo tendo mais votos, ele não foi eleito? A resposta está na chamada regra do voto proporcional.
Diferente da eleição para os cargos majoritários, onde ganha o mais votado, no voto proporcional, a escolha do eleitor não vai só para o candidato, mas também para o partido ao qual ele é filiado, criando assim o chamado quociente eleitoral.
O quociente eleitoral é a soma dos votos válidos dividido pelo número de cadeiras que cada estado tem na Câmara dos Deputados ou nas Assembleias Legislativas.
No cenário federal, Goiás possui 17 cadeiras na Câmara. O cálculo é realizado somando todos os votos para a Casa, depois o número é dividido pelo total de cadeiras a serem preenchidas.
Logo depois é criado o quociente partidário, que é o resultado do número de votos válidos obtidos, pelo partido isolado ou pela coligação, dividido pelo quociente eleitoral.
Apenas partidos isolados e federações que atingem o quociente eleitoral têm direito a alguma vaga na Casa.