Eduardo Leite não declara voto e faz defesa das instituições

Declaração foi feita durante sabatina UOL/Folha nesta terça-feira (18).

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Eduardo Leite
SÃO PAULO, SP, 08.11.2021 – O candidato ao governo do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB). (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

JESSICA BERNARDO
SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – O candidato ao governo do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) não quis declarar o seu voto para a Presidência da República, apesar de ter afirmado que não votará nulo no próximo dia 30 de outubro. “Na eleição nacional, como cidadão, não revelarei meu voto, mas terei meu voto como cidadão para um dos candidatos”, afirmou.

“Eu respeito aqueles que façam até o voto branco e nulo, mas entendo que essa eleição precisa ter a escolha de um dos candidatos, eu vou reservar o direito de não manifestar meu voto e nem no que eu não voto obviamente”, acrescentou o tucano, que chegou a apoiar Jair Bolsonaro em 2018, mas disputa contra o ex-ministro dele Onyx Lorenzoni. A declaração foi feita durante sabatina UOL/Folha nesta terça-feira (18).

Segundo ele, “entrar no debate eleitoral nacional só atrapalharia o debate local”. “Não é uma questão de tirar votos ou dar votos, é uma questão de nós podermos nos debruçar sobre o tema e debate que deve interessar e votar uma eleição local.”

Ele também criticou as atitudes de seu adversário, que defendeu ter “uma primeira-dama de verdade” no estado.

“Não é um episódio isolado, não é apenas a manifestação do meu adversário sobre ter uma primeira-dama de verdade, o que primeiro lugar, além de homofóbico, é absolutamente insano, achar que os problemas do estado serão resolvidos porque tem uma primeira-dama é absolutamente irresponsável. Ele incentiva no mínimo esse tipo de comportamento.”

Ele não vê que o conservadorismo, muito presente no Rio Grande do Sul, possa lhe tirar votos. “Eu tenho confiança absoluta no povo gaúcho, que sempre me deu melhor carinho e tratamento, então não representam estes que estão fazendo estas declarações a maioria do povo gaúcho. É um povo que eu tenho certeza de que na sua maioria é acolhedor, eu sempre fui recebido por uma imensa maioria de gaúchos que me dão carinho, incentivo, que me instigam a fazer ainda mais o respeito, o amor e o diálogo.”

Em 2021, quando era governador do estado, Leite declarou que é homossexual em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, da TV Globo.

Bolsonarismo e polarização

O tucano também falou que será preciso discutir o bolsonarismo no pós-eleição e defendeu ser necessário entender por que uma boa parcela da população se associa às pautas mais conservadoras desse grupo.

“A gente precisa fazer uma análise bem mais ampla disso, o que vai ser reservado sem dúvida nenhuma para o momento seguinte as eleições. Nesse momento eu busco defender e proteger meu estado de uma posição política que é preconceituosa, agressiva, sem prolongo, dentro do que eu já mostrei a população gaúcha da forma como eu ajo, que é pelo contrário, a essa posição, a do diálogo aqui, respeito às diferenças.”

Leite disse que é um “sobrevivente” na disputa que teve dois candidatos com padrinhos políticos nacionais.

“Eu consegui chegar ao segundo turno apesar de não participar dos polos, dois candidatos aqui no Rio Grande do Sul, tinham seus padrinhos políticos, estavam especialmente vinculados a candidaturas nacionais. Eu cheguei ao segundo turno sem participar dessa polarização, isso é uma alternativa que nós estamos apresentando.”

LÍDER, ONYX NÃO QUIS PARTICIPAR DE SABATINA

O primeiro turno no Rio Grande do Sul terminou com Onyx Lorenzoni (PL) à frente, com 37,5% dos votos e Leite com 26,81%.

Também concorrendo ao segundo turno, Onyx Lorenzoni (PL) não aceitou participar da sabatina, dizendo não ter agenda, apesar de terem sido oferecidas diversas opções de dias e horários.

A entrevista foi conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral, pelo colunista Alberto Bombig, do UOL, e pela editora Alexa Salomão, da Folha de S.Paulo.

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