Só 8 estados já concluíram mais da metade do Censo

As entrevistas do levantamento começaram no dia 1º de agosto, após dois anos de atraso

Folhapress Folhapress -
Agentes censitários do IBGE. (Foto: Divulgação / IBGE)

Somente 8 das 27 unidades da federação já concluíram a coleta das informações em mais de 50% dos setores do Censo Demográfico 2022, apontam dados atualizados nesta terça-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dos 8 estados, 7 ficam no Nordeste (Sergipe, Piauí, Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco) e 1 no Norte (Amazonas).

Os setores censitários dividem o território brasileiro em áreas urbanas e rurais durante a pesquisa, permitindo acompanhar o avanço das operações. Há 452,2 mil no Censo deste ano.

As entrevistas do levantamento começaram no dia 1º de agosto, após dois anos de atraso. O IBGE planejava o término para outubro, mas teve de ampliar o prazo até o início de dezembro diante das dificuldades para contratar e manter os recenseadores em campo.

Esses trabalhadores temporários enfrentam recusas de parte da população em responder aos questionários. Fake news sobre o Censo e até ameaças contra os profissionais adicionam obstáculos ao avanço da coleta.

Sergipe é o estado com o maior percentual de setores concluídos até esta terça: 62,2% de um total de 5.238. Outros 33,6% estavam com a coleta em andamento. Apenas 4,3% ainda não tinham iniciado essa etapa.

O Piauí vem na sequência. Até esta terça, a coleta já havia sido concluída em 60,3% dos 7.122 setores do estado. As entrevistas estavam em andamento em 34,8% dos espaços e não tinham começado em 5%.

O Maranhão é o terceiro da lista. O estado já havia finalizado a coleta em 59,9% dos seus 14,3 mil setores.

Amazonas (59,4%), Ceará (57,1%), Rio Grande do Norte (57%), Alagoas (56,7%) e Pernambuco (54,5%) são as outras unidades da federação onde o trabalho já foi concluído em mais da metade dos espaços.

Mato Grosso, por outro lado, tem o menor percentual de setores finalizados: 25,3% de um total de 9.082. O trabalho ainda estava em andamento em 28,5% dos espaços e não havia sido iniciado em 46,2%.

Roraima registra o segundo menor percentual de setores concluídos (29%), seguido por Acre (33,5%), Mato Grosso do Sul (33,8%), Goiás (35%), Paraná (36,4%) e Distrito Federal (38,6%).

IBGE associa quadro ao mercado de trabalho O IBGE associa as diferenças às condições do mercado de trabalho. “A coleta está mais avançada nos estados onde há mais disponibilidade de pessoas interessadas em trabalhar como recenseadores”, afirma o órgão.

“Os estados com a coleta mais atrasada são aqueles onde o mercado de trabalho é mais competitivo, com taxas de desocupação mais baixas e várias opções de emprego concorrendo com o trabalho temporário no Censo 2022”, acrescenta.

Até esta terça, o IBGE já havia contado quase 128,1 milhões de pessoas no país. O contingente equivale a mais da metade da população que o instituto projeta recensear até o final da pesquisa (cerca de 215 milhões).

No estado de São Paulo, a coleta havia sido concluída em 39,7% dos 102,4 mil setores até esta terça. A pesquisa estava em andamento em 35,8% dos espaços. Outros 24,4% ainda não haviam iniciado o trabalho.

O Rio de Janeiro é o estado do Sudeste com o maior percentual de setores concluídos: 47,1%. É a nona maior porcentagem do país.

No Brasil, 44% dos 452,2 mil setores já tiveram a coleta finalizada. O trabalho estava em andamento em 36,1% dos espaços e não havia sido iniciado em 19,9%.

O Censo é o levantamento mais detalhado sobre as características demográficas e socioeconômicas da população brasileira. A intenção do IBGE é visitar os cerca de 75 milhões de domicílios espalhados pelo país.

Os dados apurados funcionam como base para uma série de políticas públicas. As estatísticas balizam, por exemplo, os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos das prefeituras.

Com o objetivo de concluir a coleta, o IBGE estimula o trabalho de recenseadores e de sua equipe de técnicos durante os feriados das próximas semanas. A proposta, porém, gerou queixas entre servidores.

Inicialmente, o Censo estava previsto para 2020, mas foi adiado em razão do início da pandemia. A pesquisa teve novo adiamento em 2021 devido ao corte de verba pelo governo federal.

Durante a pesquisa, recenseadores protestaram por conta da demora na liberação de pagamentos e até ameaçaram greve. O IBGE já indicou que essa situação passou por ajustes. A previsão de concluir o Censo até dezembro segue em vigor, de acordo com o órgão.

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