Médicos alertam sobre risco de suspensão de serviços na Santa Casa de Anápolis: “Caos completo”

Deputado estadual afirmou que há atrasos em repasses que poderia gerar fechamento de leitos de UTIs, inclusive neonatais

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Nascimento na UTI Neonatal da Santa Casa. (Foto: Divulgação)

Diante das incertezas que surgiram pelo risco de a Santa Casa de Anápolis fechar leitos, profissionais da saúde alertam para ‘graves consequências’ de uma eventual suspensão dos serviços.

A situação foi exposta no dia 15 de dezembro durante discurso do deputado estadual Gustavo Sebba (PSDB), na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Na época, o parlamentar alegou que a Prefeitura de Anápolis, responsável pelo salário dos funcionários da instituição, não estava repassando os pagamentos.

Com a complexidade da situação, médicos que atuam na Santa Casa temem que o caos se instaure caso a UTI Pediátrica feche as portas.

“Não vejo outro prognóstico senão o caos completo no atendimento a estes pacientes, caso a Santa Casa feche sua UTI pediátrica”, apontou a pediatra Dra. Gina Tronconi.

Isso porque, com a suspensão dos serviços, a Neonatal não conseguirá transferir os bebês maiores e também não vai poder receber outros recém-nascidos.

A falta de vagas também faria com que o Pronto Socorro Obstétrico não consiga mais atender gestantes de alto risco, assim como aquelas que necessitam passar por um parto prematuro. Nesse caso, seria necessário encaminhá-las para Goiânia.

“Se considerarmos o risco para uma criança em estado grave, associado ao transtorno para a família no acompanhamento diário junto ao seu bebê, o que pode durar meses, em lugar tão distante, aí temos uma catástrofe total”, afirmou Gina.

Para se ter uma ideia em números, a Santa Casa de Anápolis realiza anualmente mais de 3.500 partos, sendo que o hospital atende 90% das gestantes de alto risco.

Em nota, a unidade de saúde afirmou que desde junho estava alertando aos gestores do estado e do município de Anápolis sobre os riscos de suspensão de alguns serviços por conta da falta de verbas, mas nada chegou a ser feito para solucionar a situação.

O que diz a Prefeitura de Anápolis

A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), por sua vez, afirmou que “a relação entre a administração municipal e Santa Casa é preconizada pelo Ministério da Saúde por meio de contratualização que determina os repasses federais para Anápolis e mais de 80 municípios da Regional Pireneus e Macrorregião Centro-Norte do Estado, o que justifica a regulação de leitos ser executada pela cidade polo das regiões”.

A pasta também disse que “todos os repasses federais e estaduais destinados à Santa Casa por meio da contratualização com o município estão rigorosamente em dia” e foram pagos inclusive no dia 15 de dezembro.

A Semusa apontou que a “relação de Anápolis com a Santa Casa vai além da contratualização, pois o município ainda mantém a parceria com a unidade no fornecimento de medicamentos e profissionais de saúde”.

 

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