Como proteger os professores e alunos na escala de violência que temos visto?

Precisamos ter profissionais que consigam identificar as crianças e jovens que estão em situação de instabilidade emocional e conflitos

Professor Marcos Professor Marcos -
(Foto: Reprodução)

A escalada da violência nas escolas brasileiras é uma dura realidade que nos obriga refletir sobre os desafios da educação contemporânea. Quatro professoras e um aluno foram esfaqueados semana passada dentro da sala de aula por um aluno de treze anos.

Em Anápolis, tivemos notícias de ameaças de um massacre na Escola Municipal Pedro Ludovico Teixeira, na Vila Jaiara. Uma mensagem na parede de um dos banheiros anunciando data e horário. A Polícia foi acionada para garantir a integridade física de todos e uma investigação está sendo realizada. 

Também vimos no ano passado agressão de pais a professores e trabalhadores da educação. A violência que vemos dentro das instituições de ensino é a reprodução do que vivemos numa sociedade adoecida  e para combatê-la dentro das salas de aula precisamos de mais políticas públicas voltadas para saúde mental, desenvolvimento social, esporte e lazer.

Precisamos ter psicólogos nas escolas! Isso é urgente! Precisamos ter profissionais que consigam identificar as crianças e jovens que estão em situação de instabilidade emocional e conflitos. Precisamos investir em educação e saúde da família. É preciso sim intervir quando as famílias não possuem condições de educar e acompanhar as crianças. 

No dia 27 setembro de 2022 apresentamos na Câmara Municipal um projeto de lei que institui a política de prevenção à violência contra os profissionais do magistério do município de Anápolis. Mesmo tendo sido aprovado pela Câmara naquele momento, ele ainda não foi sancionado. Uma pena, pois a cada dia percebemos a urgência desta política pública ser introduzida de fato.  

Em 2022, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás recebeu 104 chamados em razão de crises no ambiente escolar. Desconsiderando a subnotificação, estes números reforçam o grande buraco social que vivemos e o congelamento de ações de atenção integral à criança, ao adolescente e aos trabalhadores da educação. 

Sendo didático, explico: precisamos enfrentar o problema e isso só acontecerá quando garantirmos psicólogos em todas as instituições de ensino; quando os trabalhadores da educação tiverem melhores condições para o exercício da profissão; quando o quantitativo da equipe for ampliada para atender efetivamente as crianças e adolescentes da rede com excelência, independente de suas condições e diversidades; fazendo inclusão educacional e social. 

A atenção à saúde mental das crianças e adolescentes precisa ser um compromisso coletivo de toda a sociedade: a justiça, o executivo, o legislativo, a família e a escola.

Marcos Carvalho é professor, psicólogo e servidor público federal. Atualmente, vereador em Anápolis pelo Partido dos Trabalhadores. Escreve todas às terças-feiras. Siga-o no Instagram.

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