Goiânia lidera em número de internações e mortes de ciclistas em todo o país

Ao Portal 6, gerente de educação de trânsito da SMM elencou principais medidas que estão sendo tomadas na capital

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Bicicleta jogada no chão de rua após acidente em Goiânia. (Foto: Reprodução/ Tv Anhanguera)

Considerada uma das capitais mais perigosas para os ciclistas no Brasil, Goiânia tem representado uma ameaça para os adeptos da modalidade. A baixa extensão de faixas exclusivas colaborou para que o município conquistasse a taxa média de internações, envolvendo acidentes de ciclistas, mais alta do país, entre 2011 e janeiro de 2023. O dado não vem isolado e é acompanhado pelo aumento no índice de mortes registradas no estado em 2021.

Os números fazem parte de um levantamento realizado pelo Ministério da Saúde que monitorou as capitais nacionais em que o tráfego é considerado adensado e a quantidade de habitantes supera a marca de 1 milhão. É importante destacar que os critérios utilizados para avaliação podem não considerar os números absolutos de fatalidades e acidentes registrados na capital. 

No ranking de hospitalizações, o município aparece na primeira posição, dentre todas as cidades, com uma média de 24,19 a cada 100 mil habitantes.

Já em relação ao índice de mortes registrado em 2021, Goiânia também não fica para trás e segue ocupando a liderança da listagem, com 1,36 para cada 100 mil habitantes. O ranqueamento também aponta que, entre 2011 e 2020, a capital teve a maior taxa de óbitos de ciclistas, com uma média de 1,91 para cada 100 mil habitantes.

Saindo da frieza dos números, um caso que ilustra o levantamento ocorreu recentemente. No dia 13 de outubro de 2022, um homem, que não teve a identidade divulgada, foi atropelado por um caminhão e acabou falecendo após tentar fazer uma curva na Avenida Contorno, localizada no Jardim Colorado.

Segundo a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict), o motorista do caminhão, de 39 anos, não havia notado a presença do ciclista e só tomou consciência do ocorrido quando escutou um barulho e foi alertado do acidente por pessoas que estavam no local.

No entanto, para o gerente de educação de trânsito da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), Horácio Ferreira, a crescente quantidade de acidentes na capital está relacionada à falta de conscientização no trânsito dos motoristas. 

“O principal fator de risco é o comportamento do condutor. Os acidentes não tem acontecido por falta de ciclovia. Os ciclistas têm, em qualquer lugar, preferência na via pública”, explicou em entrevista ao Portal 6

Como forma de frear esses tipos de ocorrência nas vias públicas,  Horácio afirma que a SMM fornecerá, a partir do segundo semestre de 2023, cursos gratuitos para os ciclistas no intuito de reforçar os riscos dos perigos no trânsito. Ele também revela que, no momento, uma licitação está sendo feita para ampliação de 50 km na malha cicloviária de Goiânia. 

Segundo o profissional, a secretaria também está realizando fiscalizações ao fins de semana em pontos da cidade para dar mais segurança aos ciclistas e evitar que condutores estacionem veículos em ciclovias. 

“Os ciclistas devem ser respeitados. Alguns condutores pensam que só devem respeitar o ciclista quando ele está na ciclovia, mas ele deve ter respeito em todos os espaços”, diz.  

Vale lembrar que até o momento, de acordo com a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bik), a cidade possui,  39,30 km de ciclovias – pistas de uso exclusivo para os ciclistas – e 20,5 km de ciclofaixas – parte de pistas ou calçadas que são delimitadas por uma sinalização que separa o local dos carros e das bicicletas.

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