“Lutar contra ChatGPT é uma guerra perdida”, afirma especialista em Inteligência Artificial da UFG

Para ele, efeitos serão sentidos na educação superior dentro de 05 anos e na educação básica, em 10 anos

Maria Luiza Valeriano Maria Luiza Valeriano -
Imagem mostra alunos em laboratório de computadores (Foto: Divulgação/Edinan Ferreira)

A Inteligência Artificial (IA) já foi integrada ao dia dia, por meio de bots e assistentes pessoais, por exemplo, mas o ChatGPT vem causando um impacto que irá se desdobrar ao longo das próximas décadas, principalmente na educação, segundo o professor do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás (UFG).

“Pela primeira vez, as pessoas comuns puderam conferir uma novidade científica por si mesmas”, explica. O ciclo natural da ciência é ter uma evolução no campo científico e haver uma demora considerável até que a novidade seja difundida entre as pessoas, sendo que é necessário explicar a importância daquilo, ressalta o professor.

Com o ChatGPT, a IA foi disponibilizada para testar um aspecto comum da vida humana, que é a conversação. Tal inovação impacta e inspira mudanças em diversas esferas, assim como reações negativas.

“A IA é comparável à internet. Antigamente, era mal visto usar referências digitais em pesquisas. Hoje, se tornou algo comum”, relembra. Na educação, sobretudo, a resistência é maior para Anderson. “A educação é um setor muito conservador. Diria que ela funciona do mesmo jeito há alguns séculos. Tem professor que é contra aluno usar a tecnologia para pesquisas. Para mim, lutar contra o ChatGPT é uma guerra perdida”.

O impacto da tecnologia na sala de aula já é perceptível. Enquanto o professor assumia o papel de mestre detentor do saber, hoje, alunos podem acessar qualquer conteúdo na internet. “Com o ChatGPT, agora só precisam do professor para ensinar a usar a ferramenta e propor pensamentos inovadores”.

Anderson destaca que as mudanças decorrentes do IA no ambiente do ensino superior e profissionalizante serão implementadas nos próximos cinco anos, visto que os estudantes já possuem independência educacional. Já em níveis mais básicos, quando há mais dependência no processo de aprendizado, as alterações serão mais sentidas dentro de 10 anos.

“O uso da internet hoje só mostra como a resistência foi em vão. O ChatGPT e outras formas de IA serão incorporados, de uma forma ou de outra”, finaliza.

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