Médico é agredido dentro de UPA por marido de paciente que morreu

Suspeito afirma que profissional foi negligente ao atender esposa, mandando ela "calar a boca, porque a dor não é para isso tudo"

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Médico foi agredido por marido de paciente que morreu em UPA. (Foto: Reprodução)

O médico Pablo Henrique de Araújo Leal, de 25 anos, foi agredido pelo marido de uma paciente que acabou falecendo, em Águas Lindas de Goiás, município no Entorno do Distrito Federal (DF).

O caso teria ocorrido nesta segunda-feira (11), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas só repercutiu na quarta-feira (13).

O profissional da saúde estava acompanhando o caso da mulher, de 36 anos, que fora ao local na semana anterior apresentando sintomas de dengue.

Contudo, a doença não foi confirmada e o médico receitou um medicamento, liberando a paciente logo em seguida.

No entanto, o remédio não surtiu efeito, já que a mulher continuou com os mesmos sintomas, mas agora com uma forte dor abdominal.

Dessa forma, ela retornou à UPA, onde foi atendida por um outro médico. Contudo, poucas horas após dar entrada no hospital, a paciente acabou falecendo.

Revoltado, o marido teria invadido o consultório de Pablo e acusado o jovem de negligência no atendimento à esposa.

As acusações evoluíram para uma discussão, que acabou culminando em um confronto físico. Assim, o médico foi agredido com socos no rosto pelo suposto agressor.

Ao jornal O Globo, o advogado que representa a família da mulher, Fábio Cavalcanti, afirmou que buscará responsabilizar o município de Águas Lindas pelo ocorrido.

O marido da paciente alegou que o profissional não prestou atendimento correto enquanto a esposa se debatia de dor.

Ele ainda apontou que o médico disse para ela “calar a boca e parar de se debater, porque a dor não é para isso tudo”.

A defesa do homem também pediu pelo afastamento do jovem da UPA.

Do outro lado, Pablo negou ter mandado a paciente se calar.

“Após a medicação ela disse que a dor estava melhorando. Pouco depois fui chamado para verificar uma crise convulsiva que teria acontecido, mas quando entrei no consultório ela estava sangrando por ter tirado o acesso venoso sozinha e chutava a parede reclamando de dor na barriga. Foi quando eu disse que ela não podia chutar a parede e arrancar acessos porque poderia se machucar e piorar o próprio quadro”, detalhou ao O Globo.

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