Como Amanda Partata subestimou a polícia e acreditava ter cometido crime perfeito

Em todos os interrogatórios, investigada apresentou comportamento frio e não demonstrou tristeza ou arrependimento

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Amanda Partata, em audiência de custódia. (Foto: Divulgação/TJGO)

O crime perfeito. Pelo menos era o que acreditava Amanda Partata, de 31 anos, ao envenenar e assassinar o ex-sogro, Leonardo Pereira, de 56 anos, e a mãe dele, Luzia Tereza, de 86 anos, em Goiânia.

Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (29), o delegado responsável pelo caso, Carlos Alfama, detalhou como a mulher subjugou a Polícia Civil (PC) acreditando que a organização não conseguiria obter provas contra ela. 

Durante o primeiro interrogatório, segundo Carlos, Amanda chegou a fingir ter ingerido o alimento contaminado e ir ao banheiro para vomitar por ao menos 15 vezes. 

“Em uma das oportunidades, eu dei a ela uma lixeira para que ela vomitasse. Ela dizia que estava prestes a vomitar, e eu disse ‘olha, vomita aqui’, e ela não vomitou nada. Ela estava forjando um mal estar que não existia”, disse. 

Ao pedir para ver o comprovante de uma viagem por aplicativo no celular da suspeita até a residência das vítimas, a mulher acabou bloqueando o celular e passou a apresentar um certo nervosismo. 

Questionada se havia praticado o crime, ela logo alegou que só falaria na “presença do advogado”.  

Com isso, Carlos anunciou que a investigada passaria a ser considerada suspeita pelo caso, momento em que ela questiona a autoridade. 

“Ela vira e pergunta para mim: ‘cadê o laudo?’. Como se fosse algo que a Polícia Civil não conseguiria esclarecer. […] Ela tinha certeza de que nesse primeiro interrogatório que o crime não seria desvendado”, destacou. 

Já no segundo interrogatório, que ocorreu na quinta-feira (28), após a descoberta de uma nota fiscal da substância comprada por Amanda para assassinar as vítimas, a postura da advogada ganhou um novo tom: o de preocupação. 

“No interrogatório feito ontem durante as investigações, com as provas expostas a ela, a postura dela foi outra. Ela percebeu que o crime havia sido esclarecido e ficou em silêncio. O semblante dela é que ela percebeu que a Polícia Civil já tinha comprovado o que ela tinha feito”, destacou. 

Embora as posturas em relação ao crime possam ter divergido entre um depoimento e outro, o perfil de Amanda traçado pela PC apresenta uma semelhança. 

Durante ambos interrogatórios, segundo o delegado, a investigada apresentou um comportamento frio, não derramou lágrimas e, tampouco, mostrou arrependimento ou tristeza pelo crime cometido. 

“Em conversas com servidores do presídio que ela se encontra, eles falam que ela finge que está passando mal dizendo que comeu comida estragada até hoje. Ela ainda forja uma situação de inocência”, diz.

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