Megablocos do Rio têm distribuição gratuita de água após tragédia em show de Taylor Swift

A Cedae, empresa responsável pela captação e pelo tratamento de água no Rio, instalou pontos de distribuição de água potável gratuita nas ruas por onde passam os megablocos

Folhapress Folhapress -
Carnaval no Rio de Janeiro (Foto: Reprodução/Tânia Rêgo/Agência Brasil)

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Matheus Audi, 28, se cadastrou para trabalhar como vendedor ambulante nos blocos de rua do Rio de Janeiro, mas, neste ano, teve que mudar um pouco sua estratégia: decidiu não vender água.

A Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro), empresa responsável pela captação e pelo tratamento de água no Rio, instalou pontos de distribuição de água potável gratuita nas ruas por onde passam os megablocos.

“Eu já sabia que não ia vender água, por isso nem comprei engradados. Resolvi focar em outros produtos. Tenho duas marcas de cerveja, gim tônica de lata e outras bebidas alcoólicas. Água, apesar de barato, seria prejuízo”, afirma Audi, que trabalhou durante a passagem do bloco da Gold, do cantor Leo Santana, na manhã deste sábado (17), no centro.

O dia estava nublado, e não fazia um calor tão intenso quanto o registrado em alguns dias neste começo de ano e no fim de 2023.

O vendedor ambulante Cleiton da Silva comprou, mas não lucrou. “Abasteci o isopor com dois engradados de água e, desde 7h, vendi menos da metade do primeiro. As pessoas estão esperando chegar no ponto de hidratação para beber água. Enquanto isso, bebem outras coisas.”

O debate sobre a distribuição gratuita de água surgiu durante a passagem da cantora norte-americana Taylor Swift ao Rio de Janeiro, em novembro do ano passado. Milhares de fãs se aglomeraram na porta do estádio Nilton Santos durante o período de extremo calor, e centenas passaram mal. A jovem Ana Clara Benevides, 23, morreu após sofrer uma exaustão térmica.

“Depois que aconteceu aquilo tudo no show, era importante alguma atitude nesse sentido. A gente pula, brinca e sente sede. Inclusive para quem fica na cervejinha se hidratar é fundamental”, diz a foliã Thayse Valadão, 38 anos.

Além dos pontos de hidratação -dois deles instalados na rua Primeiro de Março, onde passarão os maiores blocos-, a Cedae também escalou aguadeiros, funcionários que circulam com galões de água oferecendo copos para os foliões. A ação já acontece durante ensaios técnicos e desfiles na Marquês de Sapucaí, mas é inédita nos blocos.

“Quando não tem tumulto, os funcionários saem do ponto de hidratação e distribuem os copos de água. Quando a água acaba, eles reabastecem aqui de vão de novo. A galera aderiu”, afirma o coordenador de eventos da Cedae, Albertino de Barros.

Nos próximos blocos, a companhia vai espalhar pelas ruas um equipamento em que os foliões poderão, por conta própria, encher copos e garrafas. A Bica da Cedae, como foi batizada, tem capacidade para encher 5.000 copos de 200 ml e mantém a água gelada por até 12 horas, segundo a companhia.

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