Presa dentista que deformou rostos de pacientes ao fazer procedimentos ilegais em Goiânia

Ela divulgava as cirurgias com preço abaixo do mercado nas redes sociais, onde acumula mais de 650 mil seguidores

Samuel Leão Samuel Leão -
Ferimentos e cicatrizes causadas pelos procedimentos. (Foto: Divulgação/PC)

Profundas cicatrizes no pescoço, orelhas costuradas, infecções, lábios necrosados, feridas abertas e outras cenas terríveis foram o resultado da atuação de uma odontóloga que realizava cirurgias ilegais em Goiânia.

Após averiguar inúmeras denúncias, a Polícia Civil (PC) cumpriu um mandado de prisão preventiva contra a responsável, nesta terça-feira (30), além de outros 4 de busca e apreensão, tanto na capital quanto em Santa Bárbara de Goiás – onde as autoridades também localizaram endereços ligados à suspeita.

A profissional atuava, juntamente de outros 3 dentistas, no Setor Oeste e divulgava abertamente os procedimentos nas redes sociais, com valores muito abaixo do mercado. Apenas no Instagram, conseguiu acumular mais de 650 mil seguidores.

Ela ainda ministrava cursos nos quais incentivava outras odontólogas a realizarem procedimentos sob a supervisão dela.

A Vigilância Sanitária também participou da operação, apreendendo e descartando os instrumentos utilizados nas cirurgias, além de autuar a mulher pela atuação sem o devido alvará de liberação sanitária para realizar as intervenções cirúrgicas.

Feridas e cicatrizes causadas pelos procedimentos. (Foto: Divulgação/PC)

A PC também divulgou prints de conversas, em que os pacientes questionam a clínica por conta dos resultados e reclamam de dores após as cirurgias.

“Quando elas viram o quanto meu nariz ficou aleijado, disseram que eu era doido. Há dias estou falando e vocês ficam rindo da minha cara, minhas asas nasais estão desiguais e criaram queloide, está horrível, realizei esse procedimento enganada”, desabafou uma das vítimas.

“Fiquei das 11h50 até 17h30 esperando para ser atendida. Quando reclamei, ela ainda disse que não atenderia mais cliente ‘reclamão’. Quero minha autoestima e os R$ 1.500 de volta”, disse outra cliente.

Ao verificar o celular utilizado pela clínica, os policiais descobriram mais de 10 vítimas da situação, além de colher também depoimentos de ex-funcionários.

Os relatos confirmaram as práticas, que são expressamente vedadas pelo Conselho Federal de Odontologia.

Dentre os crimes apontados pelas autoridades, constam o exercício ilegal da profissão e a execução de serviço de alta periculosidade.

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