Homem fica três anos preso em Anápolis após ser acusado injustamente por crime

Construtor agora irá lutar para receber indenização, após ser comprovado que ele não teve qualquer culpa no ocorrido

Isabella Valverde Isabella Valverde -
Vista aérea de Anápolis. (Foto: Samuel Sousa/Divulgação/Prefeitura de Anápolis)

Em Anápolis, um construtor viveu momentos de completo desespero ao ser acusado pelo crime de homicídio, sendo que, na verdade, era apenas uma testemunha.

O caso ocorreu ainda em 2020 e, conforme explicou o advogado criminalista Gabriel Fonseca, ao Rota Jurídica, 0 cliente havia presenciado o assassinato e foi preso pelo simples fato de estar no local quando tudo aconteceu.

“Ele estava acompanhado de sua mulher e uma amiga dela em sua residência, quando, por um momento de surto de ciúmes, sua esposa ceifou a vida da outra mulher sem que ele percebesse ou pudesse tentar impedir qualquer tipo de ação. Ele foi preso apenas por estar lá no momento do fato”, afirmou.

Conforme levantamento feito pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege), em conjunto com a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, esse não é um caso isolado. Isso porque o estudo aponta que de 2012 a 2020, 90 prisões injustas foram feitas em todo o território brasileiro, baseadas somente no reconhecimento por fotos.

Em todos os casos, os acusados foram posteriormente inocentados, mas chegaram a ficar em média nove meses atrás das grades, mesmo sem qualquer culpa.

Na situação do anapolino, esse tempo foi ainda maior e mais doloroso. Isso porque ele ficou preso preventivamente por três anos, aguardando o lento caminhar da Justiça.

“Mesmo com meu cliente e sua esposa alegando, a todo tempo, que ele não teve qualquer participação, a justiça entendeu que ele deveria permanecer preso para ser julgado pelo Tribunal do Júri. Ele ficou preso por três anos preventivamente. Esse foi o prazo que o processo durou até chegar a data de seu julgamento”, contou o advogado.

Por todo esse período aguardando o julgamento, o construtor perdeu o emprego, ficou distante da família e acabou desenvolvendo sequelas psicológicas por tudo que passou.

Somente após três anos encarcerado injustamente, foi comprovado que o anapolino não teve qualquer participação no crime e o promotor de justiça pediu a absolvição do homem no Tribunal do Júri.

Agora, a luta é para que a vítima dessa situação possa receber a devida reparação por tudo que precisou enfrentar enquanto preso injustamente.

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