Alunos de colégio militar são expulsos após criarem listas de professoras e alunas que “gostariam de comer”

Mães alegam que punição foi desproporcional e querem tentar reverter decisão da unidade

Davi Galvão Davi Galvão -
Fachada do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) Benedita Brito de Andrade, em Goianápolis. (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Cinco estudantes do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) Benedita Brito de Andrade, em Goianápolis, foram expulsos da unidade. Isso aconteceu após, durante uma aula vaga, eles elaborarem duas listas, intituladas ‘alunas que a gente comeria’ e ‘professoras que eu comeria’.

O fato aconteceu no dia 04 de março, mas as mães dos jovens só procuraram a reportagem recentemente, depois de se sentirem injustiçadas com a punição recebida pelos filhos.

Uma dessas responsáveis, que preferiu não se identificar, conversou com o Portal 6 e explicou como a situação escalou até resultar na expulsão.

“Meu filho e mais quatro amigos, durante uma aula que o professor tinha faltado, tiveram sim uma atitude infeliz, ninguém tá falando que o que eles fizeram foi certo, mas são adolescentes. Tem sim que ser punidos, mas com expulsão? Isso não é justo”, desabafou.

Na lista, os estudantes colocaram nomes de alunas, professoras e até mesmo da diretora do colégio, que eles gostariam de ter relações sexuais.

Foi então que uma colega de turma viu toda a situação e se dirigiu até a coordenação, a fim de denunciar o ocorrido. Imediatamente, membros da equipe docente teriam ido até a sala e confiscado o material.

“Não estou defendendo o que meu filho e os amigos fizeram, mas foi uma grande invasão de privacidade por parte do colégio. É certo eles pegarem o caderno deles, sem eles deixarem? E a menina que denunciou? Não vai ter punição para ela?”, questionou a mãe.

Agora, as famílias dos alunos expulsos afirmam se sentirem injustiçadas diante de uma represália que, na visão delas, que vai muito além do que seria o necessário.

“No meu ponto de vista, não é um crime, eles não agarraram as meninas, não estupraram, não fizeram nada pessoalmente. Agora, para continuar estudando, a gente tem que levar eles para Terezópolis, muitas vezes pedindo ajuda para pagar esse deslocamento. Está muito difícil”, lamentou.

Termo de assuntos tratados recomendando a transferência de um dos alunos. (Foto: Reprodução)

A mãe que buscou a reportagem afirmou que já se dirigiu ao Ministério Público (MP) e pediu o auxílio do Conselho Tutelar, a fim de encontrar alguma solução para o cenário.

Portal 6 entrou em contato com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), que afirmou que a Polícia Militar (PM) estava a cargo de responder pela situação.

Já o Chefe do Comando de Ensino da Polícia Militar, Luciano Souza Magalhães, afirmou não ter interesse em comentar sobre o ocorrido.

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