Entenda ação por trás de grupo que atravessou prédios de Goiânia em ‘corda bamba’

Com exclusividade, Portal 6 conversou com os organizadores e protagonistas da aventura, que surpreendeu diversos goianienses

Samuel Leão Samuel Leão -
Equipe realiza Slack Line em Goiânia. (Foto: @monstrosdolago)

Caminhar na “corda bamba” era, antigamente, uma atividade exclusiva do circo, na qual malabaristas e equilibristas se aventuravam em grandes espetáculos para fazer a alegria da plateia.

Entretanto, atualmente, uma nova prática desse tipo cresceu e ganhou diversos adeptos. Se trata do “Slack Line” que, aparentemente, chegou para ficar e, inclusive, chamou muita atenção dos goianienses neste final de semana.

Isso porque algumas pessoas decidiram elevar a adrenalina e levar a prática para as alturas. Literalmente, já que eles amarraram as cordas entre dois prédios do Centro de Goiânia e, então, começaram a “brincadeira”.

Ao Portal 6, Carlos Eduardo Barbosa, de 32 anos, praticante do esporte há 16 anos, contou como foi a experiência e relembrou a história da prática no estado.

“Sou um dos fundadores da Equipe Monstro do Lago, que foi quem conquistou esse novo ‘pico’ em Goiânia. Montamos a linha entre o abandonado Hotel Bandeirante, local que tem uma grande história e já recebeu até o presidente JK, o ligando a outro prédio”, explicou.

Carlos Eduardo, de branco à direita, e outros dois rapazes que participam da equipe Monstros do Lago. (Foto: @monstrosdolago)

A jornada se iniciou na noite da sexta-feira (05), na qual a equipe se reuniu para montar as estruturas de segurança e iniciar as atividades. Nesse primeiro dia, eles se revezaram durante quase toda a madrugada caminhado sobre a Rua 8, na esquina com a Avenida Anhanguera.

“Foi a primeira vez na vida que entrei em um high line [modalidade do esporte feito nas alturas] urbano, é bem mais hostil que na natureza, no ambiente urbano a pressão é diferente. Foram mais de 10 pessoas participando, de Goiânia, Anápolis e outras cidades, e tudo correu tranquilo, sem intercorrências”, continuou.

Eles continuaram praticando no sábado (06), sendo interrompidos pela chuva, e retornaram no domingo (07), quando realizaram as últimas travessias. Todos os atletas percorreram a linha presos por uma segunda fita, de segurança, que previne acidentes e impossibilita a ocorrência de quedas.

Slack Line realizado em prédios de Goiânia. (Foto: @slackanapolis)

A estrutura segue montada no local, de modo a possibilitar novas travessias em breve. O mesmo ocorre em diversos pontos de Anápolis e Goiânia, como, por exemplo, o Parque da Liberdade, onde vias são deixadas postas para facilitar a prática.

Vários transeuntes se surpreenderam com os “aventureiros”, e publicaram as cenas nas redes sociais.

Reconhecimento

Apesar de se tratar de um esporte que, quando feito corretamente, não oferece riscos para os praticantes e nem para os transeuntes, em Goiás ainda havia certa resistência motivada pelo desconhecimento da prática. Portanto, medidas legais passaram a ser tomadas.

Em 2018, o então prefeito Íris Resende sancionou uma lei que regulamentava a prática em espaços públicos, incluindo praças e parques, de modo que ficou determinado apenas que não podem causar embaraços no trânsito de veículos e pessoas, danos ao meio ambiente e nem riscos à vida.

“Íris assinou, lá em Goiânia, a lei, e trouxemos agora para Anápolis também, de modo que fica comprovada a segurança das pessoas e a conservação do ambiente e das árvores. A regulamentação do Slack foi fundamental para fazermos o Slack Line onde a gente quer, é para todas as idades”, comentou Carlos Eduardo, que inclusive recebeu uma moção de aplausos pela dedicação ao esporte há 2 anos, na Câmara Municipal de Anápolis.

Em março de 2024, a cidade das antas seguiu a tendência e regulamentou, na Casa de Leis, o exercício do esporte nos espaços públicos. Algumas escolas do município, inclusive, dispõe da prática na grade curricular.

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