Grave problema no Rio Caldas pode paralisar abastecimento de água no DAIA

Portal 6 ouviu a Codego, Prefeitura de Anápolis e também um especialista ambiental, para entender todas as camadas da situação

Davi Galvão Davi Galvão -
Erosões nas proximidades do Caldas ameaçam as nascentes da região. (Foto: Dema)

Com a nascente localizada nas proximidades do Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia), o Rio Caldas configura-se como uma das bacias hidrográficas mais importantes para a cidade, justamente por abastecer a maior parte das empresas da região.

Porém, acontece que já, há anos, a falta de cuidados ambientais, principalmente no que tange o desmatamento e uso impróprio do solo, vem colocando em xeque a sustentabilidade da região, em um processo que – no final das contas – acaba pesando justamente no bolso da população.

Com relação aos problemas mais recentes, a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), questionada pelo Portal 6, relatou que vem ocorrendo o carreamento de solo superficial para o córrego Caldas – o que estaria assoreando a lagoa de captação e gerando alto índice de turbidez na água.

A reportagem apurou que o referido processo ocorre em uma área de propriedade particular, não sendo pertencente ao próprio Daia.

Consequências

De acordo com fontes, que optaram por não terem o nome divulgado, esta erosão seria uma consequência da drenagem pluvial do bairro Munir Calixto, na qual o fluxo de água é direcionado a uma galeria, que atravessa a GO-330 e a ferrovia FCA, desembocando na área em questão.

Por conta dessa enorme quantidade de água, lançada sem os devidos cuidados, a vegetação local é extirpada pelas enxurradas, em um processo que degrada cada vez mais o solo, de modo com que a terra e detritos sejam direcionados ao Caldas, o que provoca o assoreamento.

Tal processo acaba por reduzir a capacidade de reserva, tornando crítico o abastecimento regular para o período de seca.

Além disso, a alta concentração de sólidos impossibilita o tratamento pela Estação de Tratamento de Água (ETA) da Codego, o que faz com que as bombas de captação tenham que ser desligadas, podendo ocasionar, assim, a paralisação do abastecimento.

O que diz a Codego

A Codego informa que já enviou ofício à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Anápolis e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para tomar as providências cabíveis e resolver o problema provocado pela erosão.

A Companhia alerta ainda que está sendo prejudicada pelo carreamento de solo superficial para o córrego Caldas, que está assoreando a lagoa de captação e gerando alto índice de turbidez na água para tratamento.

Especialista

Para o ambientalista Antônio El Zayek, também consultado pelo Portal 6, o problema é muito mais sério do que uma simples questão de assoreamento. Porém, para tratar dessa questão em específico, ele sustenta que é imperativo que um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) seja elaborado o quanto antes.

“Para início de conversa, esse assoreamento não devia estar acontecendo, se está é porque alguém já pecou em alguma questão. Se está em uma propriedade privada, o dono tem que elaborar um PRAD o quanto antes. Se não, é responsabilidade da Prefeitura fiscalizar e cobrar”, destacou.

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura de Anápolis, por meio da Secretaria de Obras, Meio Ambiente e Serviços Urbanos, informa que a questão da drenagem pluvial do bairro Munir Calixto, na qual o fluxo de água é direcionado para uma galeria que atravessa a GO-330 e a ferrovia, está sendo tratada entre a prefeitura e a VLI (concessionária da ferrovia), com mediação do Ministério Público que acompanha a situação visando a resolução do problema.

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