Discussão por conta de músicas evangélicas e de candomblé vira barraco e irmãos são expulsos de casa, em Aparecida de Goiânia

Embates teriam começado após companheiro de uma das partes descumprir acordo

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Delegacia Estadual de Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e de Intolerância, em Goiânia. (Foto: Google/ Deacri)

O descumprimento de uma regra envolvendo o toque de músicas de diferentes religiões – evangélica e candomblé – serviu como estopim para uma briga generalizada entre familiares, em Aparecida de Goiânia. O caso foi denunciado em uma delegacia da Polícia Civil (PC), em Goiânia, na terça-feira (21). 

A primeira confusão teria ocorrido no dia 22 de abril na propriedade compartilhada por dois irmãos, uma jovem chamada E.R, de 23 anos, e um jovem, I.R.R, de 27, que viviam com os respectivos cônjuges no endereço. 

Por serem de religiões diferentes, eles decidiram estabelecer uma regra na tentativa de viver em harmonia: escutar músicas de religião apenas pelo celular. 

No entanto, na ocasião, o companheiro da jovem, E.C, de 23 anos, teria descumprindo o combinado, o que fez com que o irmão fizesse uma reclamação com a mãe, que é responsável pela propriedade. 

Contudo, ao informar a situação, a companheira do jovem, F.L.B, de 23, também decidiu manifestar a indignação afirmando que quando o barulho era do outro lado, não incomodava. 

Ao saber das acusações, a cunhada da mulher teria enfrentado-a alegando que ela só “tem peito na internet” e que deveria falar as coisas na cara dela, além de chamá-la de “endemoniada”. 

Em meio ao pé de guerra e ao ser informada do bate-boca, a mãe dos irmãos afirmou que, caso as medidas não fossem cumpridas, ambos seriam expulsos do local. Ela também afirmou que teria sido “Deus que deu a casa” e que não era para colocar “músicas do diabo e demônio” na propriedade. 

Devido a perseguição, a companheira do jovem teve crise de choro e ansiedade por conta das ofensas e apresentou uma denúncia com vídeos e prints de conversas no WhatsApp. 

Mas a confusão ganhou um novo capítulo após a mulher retornar até a delegacia para informar que teria sido agredida com um tapa na cara pela sogra ao tentar conversar sobre a intolerância religiosa causada pela cunhada. 

Em depoimento, ela afirmou ter revelado para a mãe do companheiro que registrou uma ocorrência contra a irmã do marido, o que fez com que a mulher ficasse nervosa e desferiu um tapa no rosto dela, além de falar ” você é o capeta, está tirando meu filho de mim” e xingá-la de “endemoniada”.

Por fim, para cessar as agressões, os filhos foram convidados ‘a se retirar’ dos imóveis pela própria mãe – que é a dona do local.

A vítima foi encaminhada até o Instituto Médico Legal (IML) para confecção de relatório médico. O caso deve ser investigado pela PC. 

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