Comemorações do Dia do Trabalho têm 400 presos na Turquia e confusão nas Filipinas
De acordo com uma associação de advogados, parte da cidade turca ficou paralisada para impedir qualquer concentração na emblemática praça Taksim


(FOLHAPRESS) – As comemorações do Dia do Trabalho pelo mundo tiveram protestos em vários países, sendo que mais de 400 pessoas foram presas em Istambul nesta quinta-feira (1°).
De acordo com uma associação de advogados, parte da cidade turca ficou paralisada para impedir qualquer concentração na emblemática praça Taksim.
O Ministro do Interior Ali Yerlikaya disse que a polícia deteve 409 pessoas no total, incluindo 407 em Istambul. Ele afirmou que um total de 286.584 pessoas participaram dos protestos, realizados em 78 províncias.
Jornalistas da agência de notícias AFP testemunharam várias dezenas de prisões nos bairros de Besiktas e Mecidiyekoy, na margem europeia da cidade, onde a polícia bloqueava as vias de acesso à praça Taksim.
Com raras exceções, as concentrações estão proibidas nesta ampla região cenário no passado de grandes lutas pela democracia desde que as manifestações iniciadas no próximo parque Gezi abalaram o governo em 2013.
Como em anos anteriores, a polícia havia fechado o acesso à praça há vários dias. Milhares de pessoas foram autorizadas a se reunir na quinta-feira em dois bairros da margem asiática da cidade, convocadas por sindicatos, segundo imagens de meios de comunicação turcos e um cinegrafista da AFP.
Confusão nas Filipinas
Além da Turquia, houve confusão também nas Filipinas com participantes de atos entrando em confronto com policiais em Manila. Não há informação se houve pessoas presas.
Na Ásia, ocorreram protestos ainda na Coreia do Sul, Bangladesh, Sri Lanka, Indonésia e Camboja. Já na Europa, atos foram realizados na França, Itália, Grécia, Sérvia, Croácia e Bélgica.
Atos contra Trump
Na esteira de comemorações do Dia do Trabalho, as políticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também foram motivo de protestos nas ruas do país.
Manifestações contrárias às políticas de imigração, aos ataques às faculdades americanas, ao apoio à Israel e à participação do bilionário e aliado de Trump, Elon Musk, no governo foram incorporadas nos protestos.
“Nenhum ser humano é ilegal”, diz um cartaz em manifestação do Dia do Trabalho em Chicago. Em Washington, outro manifestante carrega cartaz com desenho de Trump e a frase: “Vergonha nacional”.
Opositores dizem que a insatisfação com Trump ainda não é um movimento nacional organizado, mas está ganhando impulso recentemente.
“Há um momento se desenvolvendo. Agora sinto que há pessoas se levantando, se manifestando e percebendo que isso é a coisa certa a fazer, que vai piorar antes de melhorar”, disse o governador democrata J.B. Pritzker de Illinois.
Em Cuba, centenas de milhares de pessoas se reuniram na Praça da Revolução de Havana, e também reafirmaram sua rejeição às sanções dos EUA e sua “perversa campanha” contra as brigadas médicas cubanas.
Essa é a primeira grande marcha desde 2022, após manifestações mais modestas devido à escassez de combustível e problemas de transporte que afetam a ilha.
Com palavras de ordem como “Abaixo o bloqueio!”, “Aqui ninguém se rende!” e “Viva Cuba livre!”, o primeiro contingente, composto por médicos e enfermeiros, avançou diante do monumento a José Martí, onde o líder revolucionário Raúl Castro, 93, e o presidente, Miguel Díaz-Canel, saudavam os participantes.
O líder do sindicato dos trabalhadores em Cuba, Ulises Guilarte, disse que, com as sanções, Washington pretende “provocar carências, desestabilizar o país” e denunciou “a perversa campanha americana contra os programas de colaboração médica” de Cuba.