Especialista responde se é possível diagnosticar psicopatia ou sociopatia em crianças

Considerados tipos específicos de transtornos de personalidade, condições apresentam diferenças e podem ser perigosas

Gabriella Pinheiro Gabriella Pinheiro -
Especialista responde se é possível diagnosticar psicopatia ou sociopatia em crianças
Sabrina Pereira da Rocha é psicóloga e psicanalista clínica. (Foto: Reprodução/Instagram)

Quando se trata de crimes brutais, filmes de violência ou documentários reais sobre tragédias, temas como psicopatia e sociopatia se destacam nos catálogos dos streamings e culminam em amplas visualizações e repercussões em todo mundo.

Considerados tipos específicos de transtornos de personalidade, as condições apresentam as respectivas diferenças e, inclusive, podem indicar sinais ainda na infância, conforme explica a psicóloga e psicanalista clínica de Goiânia Sabrina Pereira da Rocha, de 32 anos.

Em entrevista ao Portal 6, ela explica que enquanto a psicopatia se caracteriza como sendo um transtorno personalizado em que sinais como falta de empatia, manipulação, comportamento impulsivo e sensibilidade às emoções e os direitos dos outros, a sociopatia já segue um outro caminho. Nesse segundo caso, as explosões emocionais e falta de organização marcam presença e se diferem do primeiro. 

“A sociopatia, ou transtorno de personalidade antissocial como é conhecido, é um distúrbio psicológico que é caracterizado por comportamentos mais marcantes, de desrespeito às normas sociais, direitos dos outros, ausência de empatia também”, pontuou.

Além disso, a especialista destacou que os indivíduos que são sociopatas frequentemente demonstram dificuldade em formar vínculos genuínos, são impulsivos, manipuladores e podem agir de forma agressiva e irresponsável.

“Então, os sociopatas tendem a agir de maneira impulsiva, desorganizada, podem ter explosões emocionais. Já os psicopatas, por outro lado, são mais frios, calculistas e planejam as suas ações meticulosamente”, explicou.

Embora seja possível se manifestar ainda na fase infantil, as condições só podem ser diagnosticadas formalmente por psicólogos ou psicanalistas, em adultos com idade a partir de 18 anos, uma vez que são condições associadas ao Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA). 

Sinais de alerta

De acordo com Sabrina, os primeiros sinais a serem observados pelos pais devem ser comportamentos como antissocialidade precoce, atos recorrentes como mentira, roubos, manipulações, desobediência de regras de maneira repetida e intencional. 

“Tem que observar a dificuldade em reconhecer ou se importar com o sentimento dos outros. Porque desde criança, essas ações podem ser percebidas. Tem que observar a crueldade. Essa criança é agressiva? Ela tem agressividade contra pessoas ou animais?”, listou a psicóloga.

A especialista também salientou que é importante observar se a criança está desafiando constantemente figuras de autoridade como pais e professores.

Nesses tipos de situações, são utilizados tratamentos multidisciplinares focados em modificar padrões de comportamento, ações problemáticas, desenvolver as habilidades sociais e fortalecer os vínculos familiares, visando “ajudar a criança a identificar pensamentos distorcidos e comportamentos inadequados ensinando estratégias para o controle de impulso e resolução dos conflitos”, além do desenvolvimento de empatia, comunicação eficaz e técnicas como terapia familiar. 

“Sem tratamento, esses comportamentos podem ser imprevisíveis, destrutivos, e em casos extremos até perigoso. Podem ocorrer comportamentos manipuladores, essa pessoa, esse adulto, tende a manipular pessoas para alcançar objetivos pessoais, frequentemente mentindo ou enganando, podem demonstrar carisma superficial para enganar os outros”, concluiu Sabrina.

Gabriella Pinheiro

Gabriella Pinheiro

Jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, está sempre atenta aos temas que impactam o dia a dia da população. Começou como estagiária no Portal 6 e, com dedicação e olhar apurado, chegou à editoria. Tem interesse especial na prestação de serviços, mas não dispensa uma boa reportagem ou uma história bem contada.

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