Por que os supermercados do Brasil não estão conseguindo gente para trabalhar, segundo recrutadores
Setor acumula mais de 350 mil vagas abertas e enfrenta dificuldades inéditas para atrair candidatos, mesmo com desemprego em queda no país

Mesmo com o desemprego em níveis baixos, supermercados de todo o país enfrentam um problema que se agravou nos últimos meses: milhares de vagas seguem abertas sem candidatos suficientes.
Redes grandes e pequenas relatam dificuldade para contratar em funções básicas, como operador de caixa, repositor e atendente, e recrutadores já tratam o cenário como um dos mais desafiadores dos últimos anos.
A mudança começa pelo perfil dos trabalhadores. Jovens que antes buscavam o varejo como porta de entrada no mercado formal agora preferem serviços mais flexíveis, principalmente trabalhos por aplicativos.
A rotina rígida das lojas, com escalas que incluem fins de semana e feriados, perdeu apelo e reduziu o interesse por essas funções.
Outro fator é a baixa atratividade dos postos operacionais. Os salários muitas vezes não acompanham o custo de vida, e várias funções acumulam tarefas desgastantes ao longo do dia.
A percepção de pouca valorização afasta candidatos experientes e também quem procura o primeiro emprego.
Recrutadores apontam ainda falhas na imagem das empresas. Muitas redes continuam apresentando essas funções como temporárias, sem perspectiva clara de crescimento.
Processos seletivos longos, presenciais e pouco digitais também contribuem para espantar quem busca algo rápido e direto.
Mesmo quando aparecem candidatos, outra dificuldade surge. Habilidades básicas, como atendimento ao público, organização e domínio simples de tecnologia, estão em falta. Isso faz com que parte das vagas permaneça aberta por semanas.
Para enfrentar o problema, empresas passaram a rever escalas, atualizar benefícios e investir em treinamentos.
Algumas redes buscam parcerias com instituições públicas e tentam reposicionar a carreira no varejo, reforçando possibilidades de crescimento.
A escassez de trabalhadores já provoca efeitos visíveis. Filas maiores, reposição mais lenta e equipes enxutas pressionam o serviço e aumentam custos.
Especialistas afirmam que o setor precisará revisar a proposta oferecida aos colaboradores, com salários mais competitivos, melhor ambiente e processos mais modernos, se quiser disputar mão de obra com as novas formas de trabalho.
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