Em nota, Saneago critica proposta de municipalização da água em Anápolis

Da Redação Da Redação -
Sede da Saneago, em Goiânia. (Foto: Divulgação)

A falta d’água em vários bairros de Anápolis tem gerado um amplo debate sobre possíveis medidas que podem equacionar o problema.

Em artigo recente, publicado no Portal 6, o ex-prefeito de Anápolis Ernani de Paula defendeu a municipalização do serviço na cidade, processo que ele revelou ter iniciado em sua gestão, mas que foi revogado por um ato do então interventor do município, o ex-governador Alcides Rodrigues, que renovou por mais 25 anos o contrato da Prefeitura de Anápolis com a companhia estatal.

Em resposta ao artigo publicado na sessão de Colunas e Opinião, a Saneago enviou uma nota ao Portal 6 rebatendo as críticas do ex-prefeito. No texto, que segue abaixo, a companhia diz que investiu “somente nos últimos cinco anos” quase R$ 95 milhões na cidade e qualificou a proposta de municipalização do serviço de água como “mirabolante”.

Segundo a companhia, a solução para os atuais problemas passam “pelo uso adequado do manancial [Ribeirão Piancó] e pela priorização, neste momento, do abastecimento público, o que infelizmente não tem ocorrido”.

O texto é assinado pelo pelo Superintendente de Comunicação da Saneago, Luiz Novo.

Falta de água em Anápolis: uma questão de priorização

Com relação ao texto do empresário Ernani de Paula, publicado nesta quarta-feira, 15, cabe esclarecer que o atual problema de abastecimento em Anápolis não é fruto de falta de investimento no sistema. Ao contrário, somente nos últimos cinco anos, o município recebeu investimentos em saneamento da ordem de R$ 94,9 milhões, sendo que R$ 57,3 milhões foram investidos no Sistema de Abastecimento.

Aliás, não fossem esses investimentos realizados pela Saneago, ampliando as redes de distribuição e a capacidade de reservação no município, a crise teria proporções infinitamente maiores. É preciso compreender que o problema que hoje afeta o município está relacionado à falta de água no manancial, que tem baixado drasticamente em alguns horários do dia, impedindo a captação de água para tratamento e, consequentemente, comprometendo a produção e a distribuição para a população.

A municipalização, proposta pelo empresário, não é solução para a crise hídrica que afeta o manancial de abastecimento do município. Afinal, tal proposta não faria brotar água no Ribeirão Piancó. A solução para o problema, passa sim pelo uso adequado do manancial e pela priorização, neste momento, do abastecimento público, o que infelizmente não tem ocorrido.

A Saneago não tem medido esforços no sentido de encontrar uma solução para que a população de Anápolis seja respeitada no seu direito de contar com o fornecimento de água tratada. Com o apoio do Prefeito João Gomes, da Secretaria de Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente – Secima e do Ministério Público a empresa tem buscado alternativas para que a priorização do abastecimento seja respeitada e para que assim possamos fazer chegar água às torneiras dos mais de 350 mil moradores que não deveriam ser prejudicados, em detrimento de algumas poucas pessoas que têm explorado indevidamente o manancial.

Trata-se, portanto, de uma crise que não será solucionada com a municipalização, ou com qualquer outra proposta mirabolante. O projeto futuro para Anápolis não passa, como alguns imaginam, pela construção de uma barragem, que inundaria boa parte da área rural do município. O Sistema de Abastecimento de Água de Anápolis já está projetado para garantir o atendimento de toda a população, desde que respeitadas as condições estabelecidas de uso da água.

Por fim, é preciso destacar que os colaboradores da Saneago estão ao lado da população anapolina e sentem-se extremamente frustrados ao verem que os investimentos realizados pela empresa e os esforços diários não têm resultado na estabilidade do sistema que, com certeza, só virá a partir de uma utilização racional do Ribeirão Piancó.

Luiz Novo
Superintendente de Comunicação da Saneago

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