A triste história de uma mãe de Anápolis que perdeu o filho um dia após reencontrá-lo

Brenner desapareceu em 2013, quando tinha 17 anos, e Núbia o encontrou no Hospital de Ceilândia na última semana. Um dia após ele faleceu

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -

Imagine procurar por um filho durante quatro anos e, ao conseguir reencontrá-lo, ele morrer no dia seguinte. Essa é a triste história de uma mãe de Anápolis, retratada em uma sensível reportagem do Jornal de Brasília na última sexta-feira (08).

Núbia Cerqueira Dantas, de 40 anos, soube pelos parentes de São Paulo que um jovem internado no Hospital de Ceilândia poderia ser Brenner Ezequiel Cerqueira Dantas, de 21 anos. Uma foto do rapaz cheio de tubos e bastante debilitado foi parar nas redes sociais, dando fim a uma espera de quatro anos pelo filho.

Após ligar para o hospital e confirmar marcas físicas, a mãe saiu de Anápolis na última quarta-feira (06) rumo ao Distrito Federal. “Eu o reconheci e ele me reconheceu. Comecei a gritar no hospital ‘meu filho, meu filho’. Eu tinha encontrado”, narrou ao repórter João Paulo Mariano.

A situação de Brenner  era complicada. Seis meses atrás ele havia sido encontrado pelo SAMU bastante machucado e com sinais de politraumatismo craniano. Desde então ele ficou todo esse tempo hospitalizado como indigente.

Brenner estava internado no Hospital de Ceilândia. (Foto: Reprodução)

No esperado reencontro, Núbia não pôde ouvir a voz do filho devido a traqueostomia pela qual foi submetido. A comunicação entre eles teve de ser basicamente com ela falando e ele confirmando com os olhos. A última vez que eles se falaram fora por telefone no dia 30 de outubro de 2013. Brenner estava na Praça do Ancião, no Centro de Anápolis, e depois sumiu.

A morte

Mãe e filho passaram o último feriado da Independência juntos, mas euforia do reencontro terminou por volta das 04h do dia seguinte. Ao tocar no filho, Núbia percebeu que ele estava gelado e não apresentava sinais vitais. Os médicos foram chamados, mas nada mais podia ser feito.

“Ele estava muito ferido, machucado e não se movia, mas eu queria ele mesmo que ele fosse ficar assim”, lamentou a mãe.

Em conversa com a reportagem do Portal 6, um familiar de Brenner informou que o corpo do jovem ainda não foi liberado em Ceilândia. O sepultamento deve ocorrer em Anápolis.

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