Como motoristas e usuários veem a Uber após um ano operando em Anápolis?

Há prós e contras, mas um dado mostra que o aplicativo de transportes é um sucesso na cidade

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Carro a serviço da Uber em trânsito com passageiro. (Foto: Divulgação)

Em funcionamento há exatamente um ano em Anápolis, a Uber se tornou além de indispensável para a mobilidade da cidade, uma fonte de renda para muitas pessoas.

Como é o caso de Matthieu Gleizes. Francês, ele contou à reportagem do Portal 6 que viu no aplicativo a única chance de conseguir se manter no município.

“Eu cheguei em Anápolis há dois anos e meio e não consegui arrumar emprego. Após me separar e vir para cá achei que seria fácil arrumar emprego no DAIA, mas não deu certo. Sou estrangeiro, não tenho experiência em nenhuma área e não tenho diploma superior, então vi o aplicativo como uma oportunidade de renda”, relatou.

O serviço também se tornou uma opção interessante para aqueles usuários que não podem pagar pelos preços de um táxi e que passam por dificuldades ao esperar pelo transporte público.

“Eu utilizo a Uber em momentos que me vejo de mãos atadas quanto ao transporte público. Sempre que necessito ser pontual eu opto pela Uber, pois mesmo saindo mais cedo de casa, o transporte público atrasa e sempre acontece imprevistos no trajeto”, explica o estudante de direito Douglas Máximo, de 20 anos.

Embora a empresa não divulgue oficialmente a quantidade de motoristas cadastrados na plataforma, parceiros do aplicativo ouvidos pela reportagem do Portal 6 estimam que cerca de 600 profissionais operem na cidade.

Criminalidade

Mesmo sendo a única fonte de renda de muitos motoristas, o aumento da criminalidade na cidade é um fator que está influenciando diretamente no ritmo de viagens.

Matthieu Gleizes, por exemplo, já não pega mais corridas à noite por medo de se encontrar com pessoas mal intencionadas.

“A Uber é boa porque você conhece muitas pessoas que podem lhe dar uma outra perspectiva de vida. Mas só aqui na cidade eu já passei por duas tentativas de assalto. Falta muita segurança e quando se trabalha a noite encontramos muitas situações desagradáveis. Então eu costumo pegar mais viagens só durante o dia”, pondera.

Mesmo assim, o motorista relata que isso é um problema social, já que a empresa oferece ferramentas de apoio para motoristas e clientes.

“A Uber é muito rápida. Sem que alguém precisa de alguma coisa eles respondem em 20 minutos e, no máximo, em meia hora em caso que precisa. É uma coisa boa para todo mundo, pois se alguém tiver problema com um motorista ele também recebe suporte em instantes”, finaliza.

Usuária desde que começou a funcionar na cidade, a estudante de psicologia Larissa Lopes, de 20 anos, acredita que o aplicativo oferece sim mais segurança, mas também afirma ter medo de pedir carros no período noturno.

“Gosto da Uber por não precisar sair de onde eu estou para o motorista me buscar e me deixar em casa. É mais seguro. Porém, eu aproveito os cinco minutos que o aplicativo dá antes de cobrar a taxa de cancelamento pra dar uma boa olhada sempre no perfil do motorista, se eu ver algo que pode me colocar em uma situação de risco eu já cancelo logo”, desabafou.

*Colaborou Denilson Boaventura

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