Deputados rejeitam intervenção federal na segurança pública de Goiás

Documento foi o primeiro a entrar em votação na primeira ordem do dia desde o recesso parlamentar, iniciado em 22 de dezembro do ano passado

Carlos Henrique Carlos Henrique -

O Plenário da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) rejeitou nesta terça-feira (20) o requerimento do deputado estadual José Nelto (MDB) que solicitava ao Governo Federal intervenção na segurança pública de Goiás.

O documento foi o primeiro a entrar em votação durante a primeira ordem do dia desde o recesso parlamentar, iniciado em 22 de dezembro do ano passado.

Com exceção dos emedebistas Lívio Luciano e Wagner Siqueira, todos os parlamentares presentes votaram contra o requerimento.

Para justificar o pedido José Nelto argumentou que, de acordo com o Ministério da Justiça e com pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Goiás seria mais violento que o Rio de Janeiro – que teve intervenção decretada na segurança pública.

Ao subir à tribuna para encaminhar voto a deputada Isaura Lemos (PCdoB), posicionou-se contrária ao documento, apesar de pertencer à bancada de oposição, liderada por José Nelto. Ela argumentou que a intervenção militar na segurança pública carioca não teria sido decretada para combater a violência, e sim para fazer um espetáculo midiático.

“Precisamos de políticas públicas sérias e permanentes, com investimento em inteligência para derrubar a rede que comanda o crime organizado”, explicou.

Major Araújo (PRP), que também compõe a bancada de oposição, não acredita que a solução para a segurança pública seja uma intervenção federal, como proposto pelo requerimento.

“Não temos ambiente para intervenção. Nossas polícias, militar e civil, trabalham com empenho e vontade. No nosso caso a culpa é toda do governador Marconi Perillo (PSDB). Este sim deveria sofrer uma intervenção. A violência é grande em Goiás porque o governo não investe e nem se preocupa com essa pasta”, pontuou.

Também contrário ao requerimento o deputado Gustavo Sebba (PSDB), membro da base de apoio ao governo estadual, sugeriu que José Nelto enviasse requerimento ao seu correligionário, presidente Michel Temer (MDB), para tratar a segurança pública como um problema nacional, não repassando a responsabilidade da crescente violência aos estados, que possuiriam menos recursos e possibilidades de combatê-la.

Lucas Calil (PSL) também aproveitou o momento para se manifestar contra o documento apresentando pelo deputado emedebista.

“No Rio de Janeiro o problema da segurança pública é crônico, pois há facções que atuam há anos, ao passo que em Goiás temos uma Polícia Militar atuante, e mais de 80 % dos casos são reincidentes, portanto a melhor solução é fazer com que as leis sejam mais duras para com que esses criminosos ”, finalizou.

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