Um ano após atentado, atirador do Colégio Goyases vive no Case de Anápolis

Em "ala de elite", rotina do adolescente é dividida entre estudos, prática de esportes, leitura e um aparelho MP3

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -

Completou um ano neste sábado (20) a tragédia no Colégio Goyases, instituição de ensino particular localizada no Conjunto Riviera, em Goiânia.

À época, um estudante de 14 anos abriu fogo contra os colegas do 8º ano do ensino fundamental.

João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos com 13 anos, não resistiram e morreram na hora. Quatros alunos também foram atingidos, entre eles Isadora Morais, de 15 anos, que teve graves ferimentos e ficou paraplégica.

No depoimento que prestou após ter cometido o crime, o autor dos disparos disse que foi motivado por bullying e que se inspirou nos casos da escola de Columbine (ocorrido em 1999, nos Estados Unidos), e de Realengo (em 2011, no Rio de Janeiro).

Segundo o estudante, um dos dois jovens mortos era quem praticava o bullying contra ele. O outro era um amigo.

Colégio Goyases, em Goiânia. (Foto: Reprodução)

Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva, por um ou mais estudantes contra um ou mais colegas.

A arma usada na ação foi uma .40 que pertencia à mãe do adolescente. O jovem disse que achou a pistola escondida em um móvel da casa. Nem a mãe nem o pai, policiais militares, ensinaram o adolescente a atirar.

No final de novembro do ano passado, a juíza Ítala Colnaghi, do Juizado da Infância e Juventude de Goiânia, determinou que o atirador fique internado por três anos. Hoje, ele vive no Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Anápolis.

Segundo reportagem do jornal O Popular, a unidade, inaugurada recententemente, já é considerada referência. Lá, os internos são incentivados a praticar diversas atividades para se ocupar, como pintura, esportes, artes marciais e até videogame.

Em um alojamento de 8 m² com banheiro, está o adolescente. A Ala E possui outros 14 espaços, mas atualmente apenas 11 estão ocupados. Com vigilância policial 24h por dia, o local foi apelidado por “ala de elite”.

Ala E, conhecida como “ala de elite” no Case Anápolis. (Foto: Divulgação)

O atirador dorme em um colchão que fica sobre um suporte de cimento. Tem aulas durante a semana com professores da rede pública e um comportamento disciplinar considerado excelente.

Pratica futsal, judô e karatê. Nas horas vagas, se dedica a leitura de crônicas, romances e outros livros. Além disso, tem à disposição um aparelho MP3 com fone de ouvido.

Também faz acompanhamento com psicológico e ainda recebe visita dos pais todas as quintas-feiras.

Nos próximos dias, deve passar por um processo de reavaliação com presença de juiz e promotor, onde a medida socioeducativa pode ser substituída por uma mais leve ou até mesmo por uma liberdade assistida.

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