Secretaria de Meio Ambiente toma decisão sobre macaco do Bairro de Lourdes

Animal ficou famoso nas redes sociais após ter sido flagrado passeando no telhado de um casa

Rafaella Soares Rafaella Soares -

Na última semana chamou atenção nas redes sociais o caso do macaco que foi encontrado passeando por cima do telhado de algumas casas no Bairro de Lourdes, região Leste de Anápolis.

Inicialmente, o Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado para fazer a captura do animal, porém ele escapou e a responsabilidade foi deixada nas mãos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Responsável pela pasta, o secretário Wederson Lopes contou à reportagem do Portal 6 que especialistas analisaram o caso e acharam melhor não fazer a remoção do animal.

“Nós achamos o macaco, mas não será feita a captura. Os veterinários informaram que ele está apenas de passagem, não está machucado e irá embora por contra própria”, disse.

Responsável por dar essa avaliação, a doutora em Animais Silvestres e médica veterinária da Secretaria de Meio Ambiente, Elisângela Albuquerque Sobreira explicou que se trata de um macaco Guariba e, apesar de ser comum e viver no cerrado goiano, é muito difícil de ser visualizado.

“Esse macaco vive no topo de árvores e morre de medo da presença humana. Provavelmente ele entrou em maturidade sexual e foi expulso do bando por um outro macho. Agora, está a procura de outro bando e por isso estava andando em cima do telhado, pois precisa encontrar uma mata. Esses animais tem tanto medo que não aceitam nem comida, tanto que nos registros feitos pelos moradores, ele aparece correndo”, contou.

Conforme a especialista, a decisão de deixá-lo livre foi tomada com apoio do IBAMA e do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (CPB), pois o macaco poderia desenvolver uma miopatia de captura, que causa agitação e estresse no animal, podendo até levar a morte.

“Nós fazemos resgate quando o animal está dentro de uma casa, de uma empresa ou quando está machucado. Como ele está sadio e não apresenta nenhum risco às pessoas, porque vamos submetê-lo a isso? Essa espécie é muito importante, pois como se alimentam de frutas e folhas, ajudam a espalhar sementes. Eles também são os primeiros a dar sinais de febre amarela e ajudam na prevenção da doença entre as pessoas”, explicou.

Para evitar que o animal seja machucado, Elisângela conversou com os moradores e orientou a não aproximação. Segundo ela, nos próximos dias também será distribuído em Anápolis um material de conscientização sobre o tratamento com animais selvagens e de prevenção contra o desmatamento, que é o principal responsável por levar tantos animais silvestres até a cidade.

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