O drama de mãe anapolina que teve filho morto por babá nos Estados Unidos

Relato desesperado ganhou as redes sociais e família reclama falta de ajuda por parte do Governo Brasileiro

Danilo Boaventura Danilo Boaventura -
Atualizado com nota do Ministério das Relações Exteriores

O relato de Sara de Oliveira Pereira Souza, de 28 anos, compartilhado por ela no domingo (31) pelo Facebook, é desesperador. Na publicação, a jovem professora de inglês narra o drama pessoal por qual ela e a família tem passado após descobrirem que o filho dela, de apenas um ano e cinco meses, foi morto pela babá.

Há três anos, Sara e o esposo foram passar lua de mel nos Estados Unidos e acabaram decidindo construir uma vida por lá, em Dallas, no estado do Texas.

O casal teve Antônio Neto de Oliveira Souza em 2017 e desde então o pequeno ficava aos cuidados de uma jovem americana, de 24 anos, então amiga de Sara.

No dia 17 de janeiro, antes de chegar ao trabalho, a brasileira recebeu um telefonema da cuidadora. Do outro lado da linha, ela dizia que Antônio estava passando mal e não estava respirando.

Levado ao hospital, a equipe médica ainda tentou reanimar a criança, mas a morte do bebê foi confirmada momentos depois, às 10h32 da manhã.

“Foi essa a hora que morri também. Morri ali naquela sala de hospital. Foi ali o fim dos meus dias de paz, das minhas alegrias, das boas risadas… Ali encerrou minha vontade de viver”, escreveu Sara.

Desde então a polícia local abriu uma investigação para apurar a causa e circunstância da morte do bebê. O laudo conclusivo saiu recentemente e indicou que Antônio foi atingido por um objeto não identificado, jogado no chão e asfixiado.

Indiciada e presa, a babá ainda passará por um julgamento, mas a punição deve ser severa. Para esses casos, a legislação do Texas prevê de prisão perpétua à pena de morte.

“Tudo o que mais queria nesse momento era estar com meus pais de volta, onde poderia ter forças de enfrentarmos (sic) tudo isso juntos. Pois depois de várias negativas da embaixada, do pouco retorno do Itamaraty, começo a perder as esperanças”, desabafou a anapolina.

Mais dificuldades

A reportagem do Portal 6 conversou na manhã desta segunda-feira (01º) com o pai de Sara, que mora em Anápolis.

O engenheiro eletricista Renato Roquete de Melo, de 68 anos, confirmou que as tentativas de se conseguir o visto estão fracassando e os gastos, sempre em dólares, só aumentam. O objetivo dele e da esposa é receber permissão para entrar em solo americano e, assim, dar apoio presencial à filha.

“Não procuram ver o lado humanitário da situação”, lamenta.

Renato morou nos EUA com a família há 20 anos e precisou retornar ao Brasil após o visto de permanência expirar. Ele acredita que esse deve ser o principal empecilho para as recusas da embaixada norte-americana.

“Minha filha foi no consulado do Brasil em Dallas e eles enviaram um telegrama para o Itamaraty pedindo suporte. Mais recentemente, também enviei um e-mail, mas ainda não obtive nenhuma resposta”, conta.

Com a palavra o Ministério das Relações Exteriores

O Itamaraty está ciente do caso, já tendo entrado em contato com familiares da vítima nos EUA e no Brasil. Estamos prestando a assistência possível, mas em respeito à legislação vigente sobre privacidade, não se pode fornecer mais detalhes sobre o caso.

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