Porteiro de colégio vira aluno, recebe ajuda de estudantes, e passa na faculdade

"Vou realizar meu sonho e dar uma vida mais digna para minha família”, comemora o futuro enfermeiro

Da Redação Da Redação -

Ozeilto Barbosa de Oliveira, de 43 anos, estava há mais 20 sem estudar. Trabalhando desde 2011 como porteiro em um colégio de Vitória, no Espirito Santo, ele recebeu e agarrou uma oportunidade para mudar de vida.

“Uma secretária da escola chegou para mim e falou: “Ozeilto, que tal você voltar a estudar?” Eu falei logo que não, mas ela insistiu e me apresentou o EJA”, explicou ao jornal A Tribuna.

O funcionário, até então, havia estudado apenas até o quarto ano do Ensino Fundamental, tendo abandonado a escola aos 16 anos, época em que seu primeiro filho nasceu.

Em um ano, Ozeilto conseguiu cumprir as etapas necessárias para conclusão do Ensino Médio e, simultaneamente, fez parte da turma do pré-vestibular do colégio. E foi lá que ganhou a ajuda e amizade dos colegas.

Também estudantes, que sonham com o curso de Medicina, Bárbara Rocha, 20 anos, Débora Lopes, 19, e Ramona Uliana, de 21, auxiliaram e acompanharam de perto o esforço do Ozeilto, apelidado carinhosamente de senhor “Ozê”.

“A convivência com os alunos e o ambiente escolar despertaram em mim a vontade de estudar”, ressaltou o trabalhador. “A gente via ele todo dia com a apostila na mão lendo ou fazendo exercícios”, recorda Débora Lopes.

Aprovado com bolsa de 100% do Programa Universidade para Todos (ProUni), Ozeilto vai cursar Enfermagem no próximo semestre em uma faculdade particular de Vitória.

“Ele é afetivo, olha para cada um de forma individual e cumprimenta os alunos pelo nome. A gente reclama por pouco, somos privilegiadas por estudar na juventude. Ele só conseguiu agora”, ponderou Bárbara.

Senhor Ozê, que um dia chegou a ser catador de latinhas, é hoje pai de três filhos e avô de dois pequenos, encara com esperança e alegria a nova etapa de sua vida. “Eu fiquei muito feliz, vou realizar meu sonho e dar uma vida mais digna para minha família.”

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