Lutando contra dor, goiano morreu no sofá após receber alta de hospital

Justiça investigou o caso e médica responsável terá de pagar caro pelo que aconteceu

Carlos Henrique Carlos Henrique -

Uma médica foi condenada a um ano e três meses de detenção, por homicídio culposo, após a morte repentina de um paciente. A decisão é juíza Maria Umbelina Zorzetti, da 12ª Vara Criminal de Goiânia.

A profissional também deverá pagar uma indenização por danos morais à viúva do paciente, arbitrada em R$ 20 mil.

Na denúncia consta que o homem, no último dia 31 de março, deu entrada em um hospital especializado em cardiologia, com leves dores no peito. A primeira médica que o atendeu pediu exames de sangue e eletrocardiograma, que não apontaram nenhum problema.

Como a dor persistiu e piorou, ele procurou outra unidade no dia seguinte e foi atendido pela médica condenada. Na ocasião, ela diagnosticou um refluxo gástrico, prescreveu remédios e deu alta. A vítima morreu em casa, três horas depois, deitada no sofá.

Uma autópsia cadavérica constatou que a causa da morte foi uma ruptura de dissecção da aorta, uma lesão que faz com que o sangue invada as camadas mais internas da aorta e diminua a irrigação dos órgãos. O sintoma principal é dor intensa e súbita no tórax, sendo que o atendimento deve ser imediato.

Para a magistrada, era previsível o resultado da conduta “imprudente e negligente” da acusada de não ter observado os protocolos conhecidos de dores torácicas.

“O fato de a acusada simplesmente acreditar no diagnóstico anterior e não realizar qualquer tipo de exame para confirmá-lo ou afastá-lo, deixa claro sua negligência, mesmo diante de uma possível dor atípica para doença coronariana.”

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