Por que a rede municipal é a única em Anápolis a não aderir às aulas a distância?

CME e Roberto Naves tiram a dúvida de educadores, pais e estudantes; Semed não se pronuncia

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -

Desde meados de março, quando entraram em vigor os decretos de restrição de pessoas visando evitar a contaminação pelo novo coronavírus, as atividades presenciais nas instituições de ensino em Anápolis foram suspensas temporariamente.

As normas atingiram todos os níveis educacionais e, prestes a completar um mês de isolamento social, a maioria das unidades locais de ensino buscaram meios tecnológicos para continuarem ofertando ensino durante a pandemia da Covid-19.

Exceção a este movimento de adaptação é a rede municipal, que conta com mais de 36 mil alunos na educação infantil e ensino fundamental. Por que, ao contrário da rede estadual e privada, esta parcela de estudantes permanece sem aula?

O Conselho Municipal de Educação (CME) e o prefeito Roberto Naves (PP) já se posicionaram sobre o assunto. Para o órgão consultivo, o regime especial de aulas não presenciais não seria adequado aos alunos da rede por conta da faixa etária dos estudantes.

“Declaramos que não somos contrários a modalidade de educação à distância, reconhecemos o seu valor e a sua importância social, para alguns públicos, e em algumas modalidades de ensino. Todavia, não é o caso de implementá-la de forma aligeirada em nosso Sistema”, afirmou em nota pública.

Roberto compartilha da mesma posição e acrescenta que já solicitou à secretária municipal de Educação, Sonja Maria Lacerda, ações para minimizar o impacto da crise do novo coronavírus na vida dos estudantes da rede.

“Nas escolas municipais, nós estamos trabalhando com alunos até o 5º ano e que dependem muito da convivência dos professores com os alunos. Então, a professora Sonja tem olhado isso, mas como eu vou pegar uma criança de um CMEI, de uma creche e vou passar atividade?”, ponderou durante live nas redes sociais nesta quinta-feira (09).

“Realmente, nós temos que estar preocupados com a convivência destas crianças, temos que estar preocupados com a alimentação e já estamos, inclusive, também conversando com a Sonja uma forma de reverter este dinheiro da merenda para estas crianças, mas ensino a distância para crianças de quatro, de cinco, de seis e de sete anos realmente não se tem mostrado eficácia”, completou.

Semed em silêncio

Apesar das sinalizações feitas pelo prefeito, a Semed, até o momento, não apresentou nem aos educadores nem aos pais nem aos estudantes em que andamento estão as medidas solicitadas à pasta. Entre quarta-feira (08) e quinta-feira (09), o Portal 6 também tentou contato com a secretaria.

Nem por e-mail nem por telefone nem por WhatsApp, a comunicação setorial da pasta retornou os contatos. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Anápolis também não conseguiu contatar a Semed e as ligações feitas pela reportagem à secretária Sonja nesta quinta-feira (09) não foram atendidas.

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