Com dívida alta para pagar após morte do pai, filha avisa que processará Hospital Evangélico

"A gente foi para eles um nada", desabafa. Família afirma que só levou ele à unidade porque não conseguiu vaga na rede pública de Anápolis

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -
(Foto: Arquivo Familiar)
Edson Justino Magalhães. (Foto: Arquivo Familiar)

Os próximos dias para os familiares de Edson Justino Magalhães, que morreu aos 48 anos em Anápolis, na última terça-feira (14), serão de muito trabalho.

Eles têm uma dívida que se aproxima de R$ 15 mil com o Hospital Evangélico Goiano (HEG) e pretendem fazer de tudo para conseguir levantar o dinheiro e quitá-la. Também entrarão na Justiça contra a unidade de saúde.

“Não vai trazer meu pai de volta, mas não quero que nenhuma família passe pelo que a gente passou porque foi um filme de terror”, afirma Dayanne Rosa, filha de Edson.

O pai dela passou mal e foi levado à unidade na madrugada de terça-feira (14) após não encontrar vaga na rede pública. Há anos ele lutava contra doenças crônicas e fazia hemodiálise.

Meses atrás foi ainda diagnosticado com anemia e pneumonia.”Mas ele se cuidava bastante” pontua Dayanne, lembrando que, por conta da pandemia da Covid-19, toda a família mudou os hábitos.

Edson era do grupo de risco e contrair o novo coronavírus poderia trazer mais complicações. No HEG, segundo a filha, ele foi dado como suspeito da doença e internado na UTI e intubado junto aos pacientes confirmados.

Mas a família, que estava lá com ele, não foi informada previamente dos valores cobrados pelo hospital para a realização desses procedimentos, conforme recorda Dayanne. Sabia somente do da consulta, que é R$ 200.

A partir de então uma corrida contra o tempo foi iniciada para conseguir transferi-lo para rede pública. A filha destaca que quanto mais tempo Edson passava na unidade maior a conta ia ficando.

Passou a madrugada, e terminando a manhã de terça, o teste para Covid-19 do pai de Dayanne saiu com resultado negativo. A vaga para o Hospital Municipal Jamel Cecílio só foi liberada às 15h.

Em nota ao Portal 6, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou que a solicitação por parte do HEG foi feita no início da tarde.

“A equipe do Samu tentou realizar a transferência, mas o quadro crítico do paciente impediu o procedimento. Houve nova tentativa após estabilização do paciente, mas ele não resistiu”, explicou a pasta.

A realização de vaquinha online ou um mutirão de venda de galinhada são algumas das ideias que passam pela cabeça da família de Edson para arrecadar o valor da conta cobrada pelo HEG.

“Além da dor da perda, a gente tá com a dor da injustiça em saber que o hospital simplesmente cagou para o meu pai”, desabafa Dayanne.

“A gente foi para eles um nada. Não tínhamos dinheiro para pagar, então, que se dane”, opina a filha de Edson sobre a conduta do hospital.

Portal 6 procurou o HEG para saber se a família não foi avisada dos custos do tratamento, se foram oferecidas opções de pagamento e se ajudou na transferência para a rede pública.

A unidade, no entanto, ignorou o contato. Mesmo com o caso repercutindo negativamente nas redes sociais, sequer uma nota de esclarecimento foi lançada.

Enquanto o HEG prefere o silêncio, a família de Edson não consegue calar o choro da perda e da injustiça.

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