Investigação sobre caso de jovem encontrado morto em Anápolis é concluída e os detalhes do crime são chocantes

Autor intelectual do sequestro e assassinato já foi preso, mas informação foi mantida em sigilo de forma estratégica

Denilson Boaventura Denilson Boaventura -

O Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) concluiu nesta terça-feira (02) o caso do jovem encontrado morto em Anápolis e os detalhes do crime são chocantes.

Murilo Ramos de Souza, 25 anos era morador da cidade de Itapuranga e desapareceu na noite de 26 de setembro deste ano.

Ele teria saído de casa conduzindo um automóvel Hyundai Ix-35, dizendo a pessoas próximas que se encontraria com uma menina na cidade vizinha de Ceres.

Horas depois, durante a madrugada do dia 27, quatro suspeitos foram mortos num confronto com a Polícia Militar (PM) em Anápolis, estando os suspeitos na posse do veículo Hyundai Ix-35 de Murilo.

O jovem permaneceu desaparecido por mais de uma semana e seu corpo foi encontrado na manhã do dia 08 de outubro numa propriedade rural situada às margens da GO-530, que liga Anápolis ao distrito de Joanápolis.

Laudos apontaram traumatismo craniano como causa da morte, provocada por ação contundente.

O crime

Além do GIH de Anápolis, o de Itaberaí e as delegacias de Ceres e Itapuranga, estiveram na força-tarefa para elucidar as circunstâncias em que se deu a morte de Murilo.

Os investigadores descobriram que Murilo deixou sua residência em Itapuranga por volta das 21h, e se dirigiu a um bar, onde chegou sozinho.

Cerca de uma hora depois, Murilo teria ido até a cidade de Ceres e se dirigido à uma localidade conhecida como “mirante”, tendo levado cerca de 15 minutos para deixar o local.

Testemunhas ouvidas no inquérito afirmam que viram Murilo desembarcando do veículo e conversando com quatro indivíduos, tendo embarcado novamente no veículo na companhia de todos eles.

Por volta das 00h50 de 27 de setembro, imagens de câmeras de monitoramento da de um estabelecimento comercial capturaram o Ix-35 chegando em Anápolis na altura do km 428 da BR-153.

(Foto: Divulgação/PC)

Já próximo de 01h16, o automóvel com Murilo e os quatro suspeitos que o acompanhavam passam pela GO-530, sentido distrito de Joanápolis.

Câmeras de segurança de uma casa de rações flagram a passagem, sendo possível observar que, dez minutos depois, o veículo retorna.

“É importante destacar que tais câmeras ficam cerca de dois quilômetros do local onde o corpo do jovem Murilo foi desovado”, pontuou o delegado Wlisses Valentin, do GIH de Anápolis.

(Foto: Divulgação/PC)

Após terem desovado o corpo da vítima, os quatro jovens, armados, se dirigiram para uma casa no Setor Granville, também próximo, local onde, segundo as investigações, entregariam o veículo Ix-35.

Lá, depararam-se com equipes da PM, tendo havido confronto e a morte dos quatro suspeitos.

(Divulgação/PC)

As investigações

Após realização de várias diligências, oitiva de diversas testemunhas e operacionalização de medidas cautelares autorizadas pela Justiça, a Polícia Civil conseguiu chegar ao autor intelectual do crime de latrocínio praticado contra Murilo.

Trata-se de Victor Hugo de Sousa Pereira, vulgo “Sonic”, de 21 anos. Foi apurado que Victor Hugo foi quem teria arregimentado os quatro suspeitos mortos no confronto para a prática do roubo contra Murilo e quem viabilizou a casa no Setor Granville como sendo o local onde o veículo Ix-35 seria guardado após a ação.

As conversas constantes de diversos celulares apreendidos demonstram que Victor Hugo tinha o total controle da situação, domínio do fato e, a todo instante recebia informações sobre o andamento do crime e dos percalços ocorridos em meio à empreitada criminosa.

Numa mensagem de áudio, Victor demonstra sua ira ao saber da morte de seus quatro comparsas e diz que “isso não ficaria assim”.

Victor Hugo de Sousa Pereira, vulgo “Sonic”. (Foto: Divulgação)

O GIH de Anápolis representou à Justiça pela decretação da prisão temporária de Victor Hugo dias após o desaparecimento de Murilo, sendo a cautelar decretada pelo Poder Judiciário e cumprida.

Victor foi capturado em sua residência, no Calixtópolis, no dia 02 de outubro, e não ofereceu resistência. Desde então, sua prisão vinha sendo mantida em sigilo para não prejudicar as investigações.

Ele, que já ostenta passagens policiais por roubo e porte ilegal de arma de fogo, foi indiciado pela prática de latrocínio, cuja pena pode chegar até 30 anos de prisão.

Na manhã de hoje (01), a prisão temporária foi convertida em prisão preventiva e Victor se encontra recolhido na Unidade Prisional local, à disposição da Justiça.

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