Anápolis registrou mais um episódio de racismo às vésperas do dia da Consciência Negra

Cena lamentável e criminosa, que aconteceu em empório localizado na Avenida Brasil, já repercute nas redes sociais

Rafaella Soares Rafaella Soares -
Local em que aconteceu o episódio de racismo. (Foto: Raphaella Ribeiro)

Foi por volta de 23h40 da sexta-feira (19), às vésperas do Dia da Consciência Negra, que Raphaella Ribeiro, de 24 anos, se deslocou até o Empório do Gaúcho, na Avenida Brasil Sul, em Anápolis, e foi vítima de um episódio de racismo.

Em conversa com o Portal 6, a jovem, que é filha de militar, contou que foi ao local apenas para comprar um salaminho e toda a confusão teria começado logo que ela pegou o alimento e viu que ele estava com a data de validade ultrapassada.

“Lá tinha grades, então não tinha como pegar o produto. Ela passou o meu cartão e quando foi colocar na sacola, eu vi que estava estranho. Quando falei que estava vencido, ela já tomou da minha mão”, relatou.

Raphaella afirma que a mulher ainda disse que trocaria o salaminho, mas ficou nervosa pela moça ter pedido o estorno do valor que havia pago.

“Ela então falou que a máquina estava com problema e, se eu quisesse, escolheria outra coisa ou ia embora. Outras pessoas ao redor disseram que a culpa não era minha. Liguei para a Polícia Militar, me explicaram que essa questão de vencimento era com a Vigilância Sanitária e me orientaram a documentar tudo”, disse.

“Quando eu comecei a filmar, ela se exaltou. No vídeo mostra ela tomando o produto de mim. E foi quando começou a me xingar. Já saí de lá abalada, chorando. Fiz o Boletim de Ocorrência e, na hora que cheguei na delegacia, o pessoal da Polícia Civil já foi até lá. Ela continuou me xingando na frente deles”, acrescentou.

Nas imagens feitas pela vítima, que já estão repercutindo fortemente nas redes sociais, é possível ver uma senhora, de 63 anos, que seria a proprietária do estabelecimento.

Aos berros, ela diz para Raphaella sair  dali, a xinga de “satanás” e afirma que ela é “assim” por causa “da cor”, ou seja, negra.

 

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No local, outras pessoas ainda procuraram os agentes para contar que também já haviam sido discriminados, em outras ocasiões, pela mesma idosa e também por causa da tonalidade da pele.

No interior do empório, inclusive, a equipe também localizou vários alimentos vencidos.

Agora, a suspeita responderá criminalmente por Injúria Racial e também deverá ser acompanhada pela Vigilância Sanitária, em decorrência dos itens fora do prazo de validade.

 

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