Tom Cavalcante estreia reality em que os humoristas são proibidos de rir

No programa, dez comediantes competem para ver quem consegue ficar mais tempo sem rir e, ao mesmo tempo, fazer o oponente cair na gargalhada para ser eliminado

Folhapress Folhapress -
(Foto: Divulgação)

Após uma vida dedicada ao humor, Tom Cavalcante, 59, virou o inimigo do riso. O intérprete de João Canabrava e Ribamar e a humorista e cantora Clarice Falcão, 31, ex-Porta dos Fundos, serão os juízes no reality de humor LOL: Se Rir, Já Era, do Amazon Prime Video, que estreia nesta sexta (3).

No programa, dez comediantes competem para ver quem consegue ficar mais tempo sem rir e, ao mesmo tempo, fazer o oponente cair na gargalhada para ser eliminado. Tom e Clarice é que vão fiscalizar e punir os que caírem em tentação.

O reality de seis episódios é uma versão do formato japonês “Last One Laughing”. A edição brasileira é a décima adaptação do programa no mundo, com versões em países como México, Índia, França e Itália. Na Austrália, o programa foi apresentado pela atriz e comediante Rebel Wilson, 40.

Tom diz que o primeiro contato com o programa foi assistindo as versões feitas em outros países. Mesmo com tantos anos de carreira, ele diz que o formato o pegou de jeito. “Foi uma surpresa particularmente para mim porque o primeiro que eu assisti, o do Japão, eu me descontrolei sozinho na cama rindo.”

O comediante afirma que o programa é muito diferente e não esperava que surtiria esse efeito no telespectador. Tom e Clarice soltaram gargalhadas assistindo aos participantes. “Existe ali uma psicologia de você observar. Você começa a observar o cara que não quer rir e aquele não rir está em você, explode em você. Esse é o grande segredo, é a chave, essa virada de pegar o telespectador”, explica.

Para o comediante, o reality chega ao Brasil trazendo uma inovação para o humor nacional pelo formato e pela grande estrutura que foi montada. Os participantes viajaram ao Uruguai, onde tiveram um período de confinamento e fizeram testes diários de coronavírus. O apresentador brinca que bastava saírem do hotel para gravar que eram pegos pela “blitz” da Covid.

Clarice revela que não recebeu nenhum roteiro do programa, apenas o convite para apresentar e achou a ideia muito boa. Ela conta que assistiu a versão italiana do programa e riu muito. “Depois [de assistir], foi muito fácil aceitar apresentar um reality que eu já estava fã. Foi muito tranquilo, me identifiquei bastante.”

Malu Miranda, chefe do setor de produções originais do Amazon Studios no Brasil, diz que a direção do reality optou por um elenco que reúne diversidade racial, de gênero, regional e de tipos de humor. Segundo ela, tem humorista nonsense, físico, que faz personagem e especialistas em stand up.

“Para ter toda essa diversidade é muito importante juntar todo mundo e ver esse caldo divertido durante essas seis horas, para trazer mais surpresa e mais diversão. Tudo é em cima disso, como você consegue diversificar esse time de talentos”, explica.

Nesta edição, participam do reality Nany People, Thiago Ventura, Bruna Louise, Estevam Nabote, Diogo Defante, Marlei Cevada, Igor Guimarães, Flavia Reis, Noemia Oliveira e Yuri Marçal. O vencedor ganha o prêmio de R$ 350 mil, que será revertido para uma instituição de caridade escolhida por ele.

CARTÃO VERMELHO

Os dez participantes ficaram reunidos em um estúdio e foram vigiados por 46 câmeras. Qualquer risada ou sorriso disfarçado é identificado, e o competidor penalizado. Tom e Clarice observam tudo de uma sala, onde comandam o jogo. Para dar início ao cronômetro da prova eles apertam o botão verde, mas, se alguém dá risada, o vermelho é acionado. Muitos participantes chegavam a fazer caretas para segurarem o riso.

“É muito bom apertar o botão, brilhante, vermelho, ele acende quando você aperta. É brincar de Deus, sério, vocês não têm a menor noção de como é. Era muito bom apertar o botão, mas depois tinha que dar a notícia que a pessoa tinha saído e não é mais tão legal”, diz Clarice.

Quando o alarme toca denunciando o riso, Tom deixa a sala para dar o cartão amarelo para o participante. Mas como eles demoram um pouco para confirmar quem desobedeceu a regra e parar o jogo, os participantes nunca têm certeza quem será penalizado. Quem recebe dois cartões, é eliminado do jogo e vai para a sala dos eliminados.

“Tinha uma sala para onde foi todo mundo que saiu. Dava para ver que a galera estava relaxada, enchendo a cara, conversando. Era maneiro também. Então, tudo bem sair, sair é ótimo”, afirma Clarice.

‘VOCÊ VAI ME MATAR’

A comediante Bruna Louise, que disputou o prêmio, conta que era um “surto” descobrir cada participante. “Quando a pessoa entrava eu falava: ‘não, pelo amor de Deus, você não, você é muito engraçado, você vai me matar'”, diz rindo.
Bruna diz que, apesar de toda a tensão de não poder rir, foi muito gostosa a interação com todos os competidores e deu para se divertir. “[Tom] quase matou a gente [de rir], a Clarice é um amor, o elenco é incrível. Achei uma escolha muito gostosa, deu tudo certo.”

Nany People diz que todos os competidores partiram para fazer performance, ser mais teatral que textual. Ela diz que, durante a competição, era preciso tomar um cuidado maior com as pessoas que já conhecia, pois não podia fazer qualquer demonstração de riso. “Bastava mostrar os dentes que [soava o alarme].”

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