Doutores em veterinária orientam como diminuir o estresse de cães e gatos com fogos de artifícios

De colocá-los no colo a vestir roupinhas especiais, os conselhos ajudam muito ajudam nessa missão. Medicação só pode ser dada com orientação profissional

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Gabriel Pfrimer e Elisângela Sobreira são doutores em Medicina Veterinária. (Foto: Edição/ Elvis Godoy)

A queima de fogos de artifício é elemento cultural do réveillon brasileiro. Embora encante as pessoas, o som das explosões gera problemas para os animais de estimação.

Doutores em medicina veterinária ouvidos pelo Portal 6 explicam como os ruídos perturbam cães e gatos e orientam como diminuir ao máximo os impactos nos pet’s.

Coordenadora de Fauna da Prefeitura de Anápolis, Elisângela Sobreira explica que os bichos possuem uma audição bastante aguçada e o barulho alto os assusta, causando um estresse muito grande.

Com forma de minimizar o sofrimento, ela recomenda que o dono fique sempre por perto para dar uma sensação de segurança.

“Assim, o animal acaba ficando mais tranquilo do que estaria sozinho”, diz a profissional.

Caso o bicho tenha um porte menor, o tutor (dono) também pode segurá-lo nos braços, gesto que ajuda na diminuição do estresse.

Professor na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás), Gabriel Pfrimer aconselhou deixar os mascotes em um lugar mais fechado, sem rotas de fuga.

“No momento do barulho, ele vai tentar fugir, correr para debaixo de camas, mesas, boxes de banheiro. É importante deixá-lo em um lugar acolhedor e não tentar retirar ele dali, pois pode acabar piorando o estresse”, explicou.

O docente também sugere que o dono coloque uma coleira de identificação no animal, caso ele seja bem sucedido no plano de fuga.

“Isso não só para o Réveillon, mas durante o ano todo. Facilita muito o trabalho de recuperação quando a outra pessoa já tem acesso ao nome e o número do tutor do animal”, lembrou.

Roupas e acessórios

Muitos talvez não saibam, mas já há pet shops que vendem “coletes anti-stress”, uma espécie de roupinha mais apertada que deixa os animaizinhos mais seguros.

“Embora eles ainda estejam assustados, isso pode fazer com que eles se sintam mais acolhidos”, apontou Elizângela.

Outra técnica de contenção, até mais barata, pode ser utilizada em casa: utilizar lençóis.

“O tutor pode amarrar [o tecido] entre a região da pélvis e peitoral do animal, de modo que ele se sinta abraçado. Porém, não é uma garantia que dê certo para todos”.

Música e tranquilizantes

Outra tática para minimizar o sofrimento do pet com o som alto é justamente fazer um “treinamento” para acostumá-lo com a variação sonora.

“Por volta de uns cinco dias antes, o tutor pode começar a colocar músicas mais altas na sala, ligando a TV em um volume maior, para que o som dos fogos não seja uma novidade para o bicho”, diz Gabriel.

O professor levantou a possibilidade de fazer tampões auriculares com algodão, para reduzir o estresse causado pelas ondas sonoras intensas.

Em casos mais sérios, tranquilizantes podem ser receitados por médicos veterinários, caso o especialista enxergue a necessidade.

“Mas é importante lembrar: jamais dê o remédio por conta própria, sem orientação de um profissional”, destacou Elisângela.

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