Presença de goianas no Poder está diminuindo a cada pleito e cientista política aponta dura realidade para mulheres

Ludmila Rosa também lembra que a responsabilidade dos partidos políticos é importante para apostar em nomes com viabilidade eleitoral

Augusto Araújo Augusto Araújo -
Ludmilla Rosa é cientista política. (Foto: Arquivo Pessoal)

Embora nos últimos anos a participação feminina tenha aumentado na política, Goiás ainda é um estado com pouca presença de mulheres na Assembleia Legislativa (Alego) e na Câmara de Deputados.

Contudo, há uma certa expectativa no horizonte para que esse cenário possa mudar nos próximos anos. Ao Portal 6, a cientista política Ludmila Rosa explicou que há um reflexo muito grande de uma cultura que afasta o gênero feminino dos espaços de poder e decisão.

“Há essa dificuldade da mulher participar ativamente, ser ouvida e respeitada nesses espaços. Temos que enfrentar com muita seriedade essa ideia de que política não é lugar para mulheres”.

Ludmila destacou que uma forma de estimular a participação feminina na política seria através das instituições políticas, ao assumirem um compromisso em viabilizar candidatas competitivas nas eleições.

“É importante que se faça uma implementação de políticas, dentro dos partidos, de atração e recrutamento das mulheres, que considere as questões da vida e cotidiano delas”.

“Além disso, aprimorar as legislações que tratam dessa inserção e seus mecanismos de controle, para evitar ilicitudes”, complementou.

A cientista política destacou que, apesar das conversas sobre a importância da presença feminina em espaços de poder terem se tornado mais comuns, ainda há uma dificuldade para que isso se transforme em votos eleitorais.

“A representatividade é muito importante. Existe resistência tanto por parte de homens quanto por mulheres, que não enxergam que uma semelhante possa assumir aquele papel.”

“Estamos avançando no debate, mas isso precisa se refletir nas práticas, em mecanismos que viabilizam a atuação das mulheres”, ponderou.

Para as eleições de 2022, Ludmila Rosa não enxerga que se tenha um aumento expressivo de personalidades femininas na composição das Casas políticas. “É uma aposta cética, mas que guarda um otimismo para estar errada”, comentou.

Em tempo

Desde as eleições em 2018, Goiás possui apenas duas mulheres na Alego: Leda Borges (PSDB) e Adriana Accorsi (PT) e na Câmara de Deputados: Magda Moffato (PL) e Flávia Morais (PDT).

Deputadas são as únicas representantes femininas na Alego. (Foto: Marcos Kennedy/Alego)

Veja a seguir um histórico no século XXI das lideranças políticas do sexo feminino que assumiram cargos nas duas Casas públicas e o tempo dos respectivos mandatos:

Assembleia Legislativa

(2003 – 2007)

Carla Santillo
Flávia Morais
Isaura Lemos
Laudeni Lemes
Magda Mofatto
Mara Naves
Onaide Santillo
Raquel Rodrigues
Raquel Azeredo

(2007 – 2011)

Adriete Elias
Betinha Tejota
Cilene Guimarães
Flávia Morais
Isaura Lemos
Laudeni Lemes
Mara Naves
Vanuza Valadares

(2011 – 2015)

Adriete Elias
Gracilene Batista
Isaura Lemos
Sônia Chaves

(2015 – 2019)

Adriana Accorsi
Eliane Pinheiro
Isaura Lemos
Lêda Borges

(2019 – 2023)

Adriana Accorsi
Lêda Borges

Câmara dos Deputados

(2003 – 2007)

Raquel Teixeira
Neide Aparecida

(2007 – 2011)

Dona Íris
Raquel Teixeira

(2011 – 2015)

Flávia Morais
Dona Íris

(2015 – 2019)

Flávia Morais
Magda Mofatto

(2019 – 2023)

Flávia Morais
Magda Mofatto

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