Aluna da rede pública estuda com livros achados no lixo e passa em medicina

"Meu coração está pulando de alegria", diz a mãe dela, que é catadora de materiais recicláveis

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Aluna da rede pública estuda com livros achados no lixo e passa em medicina (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

(UOL/FOLHAPRESS) – Uma aluna da rede pública de ensino do Espírito Santo, que estudava com livros achados no lixo, foi aprovada no curso de medicina de duas universidades públicas. Débora Sousa Rocha, 19, foi aceita por uma universidade do Rio Grande do Sul e outra da Bahia.

Agora, ela se prepara para começar o curso em Feira de Santana-BA.

A história foi contada pela TV Gazeta, afiliada da TV Globo no Espírito Santo.

Moradora de São Gabriel da Palha, no noroeste do estado, Débora Rocha estudava com livros recolhidos pela mãe, que é catadora de materiais recicláveis, nas ruas da cidade.

Dificuldades na pandemia

A pandemia de Covid-19 tornou a tarefa ainda mais difícil. Com o fim das aulas presenciais, a jovem precisou estudar apenas em casa, onde não havia computador nem sinal de internet -apenas um celular com a tela quebrada.

Para seguir no estudo, Débora Rocha contou com o auxílio dos professores.

A estudante passou nos dois cursos de medicina no segundo ano em que prestou o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Em função da proximidade, conforme a TV Gazeta, optou por estudar em Feira de Santana.

“Meu coração está pulando de alegria, está saltando para fora. Muito emocionada mesmo. Vou ser a primeira paciente dela, porque sou fá dela. Fiz de tudo para ela conseguir”, afirmou a mãe da estudante, Maria Miracena.

A catadora tira o sustento da família da coleta de papel, ferro, plástico e outros materiais jogados no lixo.

Miracena diz que chegou a deixar de comprar alimentos, como carnes, para colocar créditos no celular quebrado, para a filha estudar.

Vencida a batalha do vestibular, Débora Rocha luta agora para organizar sua mudança para Feira de Santana. Com a ajuda dos professores, ela está organizando uma vaquinha para comprar as passagens para a cidade. “Tenho que ir na matrícula presencial e depois ficar de vez”, diz a jovem.

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