Motoristas criticam más condições dos ônibus em Goiânia: “somos jogados aos leões”

Categoria também reclama do aumento da comercialização de passagens dentro dos veículos

Emilly Viana Emilly Viana -
Usuário flagra momento em que veículo quebra o eixo traseiro em Goiânia. Motoristas dizem que falhas são comuns. (Foto: Reprodução / Redes Sociais)

As falhas mecânicas nos ônibus de Goiânia têm gerado dificuldades não só para os usuários do Transporte Coletivo, como também para os motoristas das linhas.

Ao Portal 6, o diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindicoletivo), Carlos Alberto dos Santos, conta que este tipo de contratempo é constante.

“Já faz parte da rotina. E é o trabalhador, que não tem nada a ver com a situação, que acaba lidando com a revolta dos passageiros, que não são ressarcidos por aquele tempo perdido”, aponta.

Segundo o diretor, os motoristas se sentem desamparados. “Somos jogados aos leões. O usuário está sempre descontente com os atrasos, com ônibus velhos, desconfortáveis e ainda quebrando, e quem ouve as reclamações é exatamente o pobre do motorista, que trabalha sozinho”, desabafa.

O representante do Sindicato também denunciou que, com a redução de pontos de venda, os motoristas têm se ocupado cada vez mais com a comercialização de passagem dentro dos veículos.

“Antigamente a gente vendia 10, 15 passagens, agora é 50 a 100 por dia. Isso é muito desgastante, porque uma desatenção na hora de passar um troco pode gerar toda uma confusão”, relata.

Sobre os problemas mecânicos, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) informou que os condutores são orientados a embarcar os usuários no próximo ônibus em operação e acionar a equipe de manutenção. Se o problema não puder ser solucionado no local, a equipe de reboque é acionada, assim como o Centro de Controle de Operação (CCO), para a substituição do veículo.

Já o RedeMob argumenta que a Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) possui hoje cerca de 1.200 pontos de recarga distribuídos em toda região metropolitana de Goiânia, quantidade que atende a atual demanda do serviço.

Em nota, a empresa afirma que esses pontos de venda funcionam em horários regulares, inclusive aos sábados e domingos, alguns até em feriados.

Além disso, os usuários do sistema têm a opção de pagar a passagem com cartão de débito ou crédito, e devem fazer a compra antecipada de créditos quando souberem que precisarão utilizar o serviço, evitando deixar a aquisição para última hora.

Renovação da Frota

Uma deliberação da Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), de fevereiro deste ano, estabeleceu um programa de renovação de toda frota da Região Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC). Segundo o documento, a mudança deve ocorrer de 2022 a 2025.

A CMTC, todavia, não explicou se os prazos para as etapas de contratação já foram definidos.

No caso do Eixo Anhanguera, a frota será renovada parte em 2022 e concluída em 2023. Em entrevista à TV Serra Dourada, na última terça-feira (7), o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) anunciou um acordo com empresas para a reposição e substituição de ônibus articulados nas linhas que percorrem o Eixão.

A medida busca superar a suspensão, no último dia 30 de maio, do pregão da Metrobus para licitação de 114 ônibus elétricos, determinada pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE).

“Vamos repor e substituir aqueles que estão em situação mais danificada. É uma melhoria na condição do transporte público para os passageiros até a autorização para implantarmos os ônibus elétricos”, declarou o governador.

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